A posse do procurador de Justiça Paulo Alberto de Oliveira na 31ª vaga de desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), marcada para esta quarta-feira (24), foi suspensa. O motivo é medida liminar concedida pelo presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski.
Três Lagoas
Liminar do STF suspende posse de novo desembargador em MS
Procurador de Justiça tomaria posse como desembargador nesta quarta
A liminar muda a disputa pela 31ª vaga no TJ-MS, que se arrasta desde 2009, pois suspende os efeitos de decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, neste ano, entendeu que a cadeira na corte pertence a um membro do Ministério Público Estadual (MPE).
Por outro lado, a Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul (OAB/MS) recorreu ao STF sob argumento de que a vaga pertence à advocacia. Após o entendimento do STJ, o governador André Puccinelli (PMDB) nomeou, no dia 4 de julho, conforme publicado em diário oficial, Paulo Alberto de Oliveira para ocupar a vaga. A posse, marcada inicialmente para 31 de julho, havia sido antecipada para esta quarta às 14h (de MS).
Na decisão, Lewandowski acata medida cautelar na suspensão de segurança impetrada pela OAB e cita que "há relevante controvérsia jurídica sobre a que classe pertence a vaga de desembargador criada pela Lei 3.658/2009 no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, se à Advocacia ou ao Ministério Público".
Dessa forma, o ministro entende que a posse de Oliveira na 31ª vaga causaria "insegurança jurídica".
Por meio de seu site oficial, o TJ-MS diz que aguardará a decisão final do Supremo para convocar o representante do MPE ou da OAB para devido preenchimento da vaga.
O Ministério Público, por meio de sua assessoria, afirma que vai aguardar a intimação oficial para se pronunciar sobre o assunto. Já a OAB/MS, também por meio da assessoria, considerou a decisão do STF como uma vitória.
Entenda
A 31ª vaga foi criada pelo TJ-MS em 2009 e deve ser preenchida pelo quinto constitucional, que nomeia, de forma alternada, membros do MPE e da advocacia. Segundo informações da OAB, atualmente, dos 30 desembargadores, três são da advocacia e outros três, do MPE. O desempate sobre a 31ª vaga é que causa o embate jurídico.