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Justiça

Mãe foge com filho do hospital após justiça entender que a jovem não tinha condições de criar a criança

A mulher contou com a ajuda de duas amigas para fugir do H.A e a Polícia Militar foi chamada

Mulher foge de hospital com recém nascido após justiça entender que bebe estava . situação de vulnerabilidade - Alfredo Neto/JPNews
Mulher foge de hospital com recém nascido após justiça entender que bebe estava . situação de vulnerabilidade - Alfredo Neto/JPNews

Uma mulher que havia acabado de dar a luz a um bebê foi retirada junto com o recém nascido por amigos da mãe da criança às 12:00 desta quinta-feira (25) no Hospital Auxiliadora, em Três Lagoas.

No início da tarde desta quinta-feira, o Conselho Tutelar foi ordenado pela Justiça para que comparecesse ao Hospital Auxiliadora, para cumprir um mandado de restrição de guarda temporária do recém nascido. A jovem mãe que tem outros quatro filhos os quais (a justiça deu a guarda para o pai, e outro para a adoção) deu a luz ao quinto filho na noite desta quarta-feira (24) e por não ter familiares e morar de favor na casa de conhecidos(sem nenhum grau de parentesco) a justiça determinou que a guarda do recém nascido fosse retido até que a mãe da criança conseguisse se estabilizar ou que algum familiar com consanguinidade manifestasse a possibilidade de acolher a mãe e o recém nascido.

A dona da casa onde a jovem mãe estava abrigada entrou com um pedido a justiça de “curatela” da jovem mãe. O pedido de curatela é uma espécie de adoção temporária, onde a pessoa que faz o pedido para justiça, se compromete pela guarda do ente em situação de vulnerabilidade), a senhora havia feito o pedido que ainda está em análise pela justiça, tornando assim nula qualquer prova de vínculo entre as pessoas da residência com a jovem mãe.

Após o Conselho Tutelar ser informado do parto pelo Hospital Auxiliadora, os conselheiros foram até o hospital para cumprir a determinação judicial. Ao chegar na maternidade do Auxiliadora a Conselheira Mirian junto com o Conselheiro Renildo foram hostilizados por uma mulher de 39 anos(filha da senhora que abrigou a jovem mãe) que com ajuda de outra mulher retiraram a criança com menos de um dia de vida do Hospital Auxiliadora e fugiram em um carro Ford Ka de cor preto.

A Polícia Militar já havia sido chamada para acompanhar os conselheiros e os militares se depararam com as duas mulheres e a jovem mãe carregando o recém nascido e entrando no carro que saiu em direção ao centro de Três Lagoas. A viatura da rádio patrulha fez um acompanhamento tático dando sinal sonoro para que o carro parar, ordem que não foi cumprida pela condutora do veículo.

Por cerca de 700 metros a mulher dirigiu sem parar o veículo, no cruzamento da avenida Rosário Congro, com a rua Oscar Guimarães, a mulher virou para acessar a Esplanada da NOB, nesse momento os militares conseguiram parear com o carro e dar ordem vocal para que a condutora parasse e todos descessem do veículo.

A mulher não teria obedecido a ordem dos militares e seguido por mais cem metros até parar em uma casa, próximo do entroncamento das avenidas Clodoaldo Garcia, com avenida Fillinto Muller na NOB, ao parar o veículo as mulheres desceram do carro e tentaram entrar na residência, a jovem mãe com o bebê entrou, as duas que auxiliaram na evasão do hospital, se mantiveram no portão na tentativa de impedir que os militares entrassem e cumprissem a ordem judicial.

Junto com os conselheiros que estavam de posse de um mandado judicial para levar a mãe e o bebê para o hospital, a Polícia Militar orientou que as mulheres se mantivessem paradas para que a ordem judicial fosse cumprida. Neste momento houve um tumulto entre as mulheres que partiram para cima dos conselheiros e dos militares que precisaram utilizar a força para algemar as duas mulheres e o filho da mulher que dirigia o carro e morava na residência, o rapaz de 21 anos tentou evitar a prisão da mãe e partiu para cima dos militares, acabando preso também por desacato e resistência. Após o reforço da Força Tática e os ânimos mais calmos, os conselheiros cumpriram a ordem da justiça e retiraram a criança do imóvel, sendo levada para cuidados médicos, a jovem mãe, as duas amigas e o rapaz foram levados para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) na residência foram encontrados uma porção de maconha de aproximadamente 12gramas e embalagens plásticas indicando que outras porções da mesma droga havia sido consumida no local. O jovem confessou ser dono do entorpecente e disse que era para seu consumo pessoal.

As mulheres negaram que havia fugido da PM, e que só retiraram a amiga do hospital por acharem injusto a decisão do promotor que cuida do caso, as partes também relatam que apenas tentaram impedir que a PM realizasse o cumprimento da ordem judicial. Os militares relataram que além de desrespeitarem a ordem judicial, descumprimento da ordem policial de parada, houve também crimes de trânsito e desacato a autoridade, além de um militar ter sido agredido pela filha da dona da casa no momento da detenção. O caso ainda está sob investigação policial. A Primeira Delegacia de Polícia Civil irá assumir o caso.