Mais de 200 trabalhadores que prestavam serviço na construção da fábrica de fertilizantes da Petrobras, em Três Lagoas, e que foram demitidos pelo Consórcio UFN 3 na última quarta-feira, foram “despejados” dos hotéis que estavam, em Campo Grande, e tiveram que ser abrigados na sede da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems).
Três Lagoas
Mais de 200 trabalhadores aguardam rescisão com UFN3
Operários receberam abrigo na sede da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul
Depois da greve que, resultou no incêndio de veículos e do alojamento, alguns foram levados de ônibus para a capital. Segundo o Webergton Sudário, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Mato Grosso do Sul (Fetricom), a empresa havia se comprometido em pagar as diárias de hotel até ontem, e entregar passagens áreas para que esses trabalhadores pudessem retornar a suas cidades de origem.
O Consórcio pagou as diárias conforme previsto, mas os trabalhadores tiveram que deixar os hotéis sem ter para onde ir. “Fomos todos expulsos do hotel às 9h, sem ninguém da empresa para dar notícia, ninguém sabia para onde ir, nem o que fazer”, disse o pedreiro Valmir Lázaro de Souza, 35 anos, ao site Midiamax.
Diante da situação, os trabalhadores procuraram a Fetricom que, através do seu presidente, entrou em contato com a diretória da Fetems, solicitando apoio para abrigá-los. Segundo a assessoria da Federação dos Trabalhadores em Educação, os operários chegaram à sede da Fetems, dizendo que não tinham recebido, que foram despejados dos hotéis, que estavam sem almoço e que não tinham lugar para tomar banho e dormir. Diante dessa situação, a diretoria da Fetms se solidarizou e acolheu os trabalhadores.
Segundo Sudário, a empresa teria informado que não conseguiu as passagens áreas para todos, até ontem, mas que até segunda-feira, seriam entregues os bilhetes aéreos para os trabalhadores. Está prevista para segunda-feira também, segundo o presidente do Fetricon, o acerto trabalhista com esse pessoal.
CONSÓRCIO
O advogado do Consórcio UFN 3, Marcos Cruz, disse ao Jornal do Povo que, ao todo, 400 trabalhadores foram levados para Campo Grande. Mas, alguns hotéis, segundo o advogado, não estariam cumprindo com o acordo firmado com o Consórcio para hospedar esses trabalhadores até a próxima quarta-feira. “Eles saíram de Três Lagoas com todas as despesas pagas, mas, me parece, que alguns donos de hotéis pediram para que eles saíssem”, disse o advogado. No final da tarde de ontem, ele informou que essa situação já estava resolvida, e que os trabalhadores despedidos pela empresa voltariam para os hotéis.
De acordo com o advogado, por lei, a empresa tem até dez dias para fazer a rescisão de trabalho, entretanto, o Consórcio fará em um prazo menor que este. “Em razão de tudo o que estava acontecendo em Três Lagoas, não tínhamos condições de fazer essas rescisões aí, tínhamos que tomar providências antes que a situação se agravasse”, justificou.