A Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) divulgou um balanço sobre o número de casos de violência doméstica. Segundo a delegada titular, Letícia Mobis, são registrados mais de 1.300 boletins de ocorrência por ano, em Três Lagoas.
De acordo com a delegada, as vítimas procuram ajuda somente depois de sofrer vários tipos de violência. E os agressores costumam colocar a culpa na vítima. “Infelizmente, a violência doméstica é uma epidemia que atinge nossa sociedade independente da classe social”, afirma.
A data de 10 de outubro é marcada como o Dia Nacional de Combate à Violência contra a Mulher no Brasil. Em entrevista, a delegada, que está à frente da DAM há mais de 15 anos, reforça a importância de se falar sobre o assunto e promover políticas públicas. “Há uma necessidade de toda a sociedade se conscientizar e educar as crianças para que não se tornem machistas e homens agressões”, destacou Letícia Mobis.
Em dez meses, a DAM registrou 735 ocorrências de violência doméstica, mas o número pode ser ainda maior, já que muitas vítimas não procuram a polícia para registrar o caso.
Em Três Lagoas, o Centro de Referência Especializado de Atendimento à Mulher Vítima de Violência (CRAM) é o local destinado a ajudar essas mulheres. Entre os meses de janeiro e outubro, Mato Grosso do Sul já registrou 15.077 casos de violência doméstica, o que corresponde uma denúncia a cada 27 minutos. Os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) consideram apenas os fatos denunciados à polícia pelas vítimas.
CASOS
Em Três Lagoas, uma idosa, de 62 anos, foi vítima de violência doméstica nesta semana. Ela foi agredida por um homem, de 50 anos, que a conheceu nas redes sociais. Após três meses de troca de mensagens, os dois foram morar juntos. Outro caso, foi de uma mulher, de 39 anos, agredida dentro de um motel pelo ex-marido, de 35 anos. A vítima ficou com um corte na nunca e sangramento e foi ameaçada de morte.