Nos quatro primeiro meses deste ano, a Delegacia de Atendimento a Mulher (DAM) de Três Lagoas registrou 532 boletins de ocorrência de violência contra as mulheres. Os números equivalem a uma média de 130 casos registrados por mês, e mais de quatro por dia. Em 2015, a delegacia registrou 1.426 casos.
A maioria dos casos, segundo a delegada responsável pela DAM, Letícia Móbis, é de lesão corporal, ameaça, agressão física e injúria. De acordo com a delegada, tem ocorrido muitas prisões em flagrante em Três Lagoas, em relação à lesão corporal. “Praticamente toda semana tem alguém sendo preso em flagrante por lesão. Tem sido feito um trabalho entre todos os delegados no sentido de prender bastante”, informou.
Letícia comentou que, às vezes as pessoas acham que não dá prisão em flagrante. No entanto, disse que é possível. “Quando chega ao juiz e a prisão é confirmada, a pessoa fica presa até o julgamento”, comentou.
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Segundo a delegada, o índice de violência contra a mulher é muito alto em Três Lagoas, e com muita reincidência. Diferente do que ocorria no passado, agora as mulheres não podem mais retirar a denúncia contra o agressor. “No caso de lesão corporal e vias de fato, não cabe a ela. A Justiça vai processar, querendo ela ou não. E não tem como desistir posteriormente”, explicou.
Para Letícia, esse número de boletins de ocorrência registrado é um sinal de que as mulheres estão denunciando mais. Além disso, segundo ela, terceiros também tem feito isso. “A gente tem recebido denúncias anônimas, muitas vezes, vizinhos chamam a polícia. Então, está se criando uma consciência de que a Lei Maia da Penha deve ser aplicada”, destacou.
A pena aplicada no caso de lesão, de acordo com a delegada, é de três anos. Em relação aos crimes de injúrias e ameaças, pode ir de seis meses a um ano.
