O mapeamento dos locais que apresentam maior incidência de casos positivos de dengue em Três Lagoas deve sair nos próximos dias. Isto será feito por alunos e professores do curso de graduação e pós graduação em geografia da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) em Três Lagoas.
O objetivo é ter em mãos mais uma estratégia para combater o avanço das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti e também da leishmaniose. O projeto é financiado pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) e pelo Ministério da Saúde.
O mesmo projeto já foi aplicado durante a pandemia da Covid-19 em 2020. Naquela época foi possível saber em quais locais mais concentravam pessoas acometidas pela doença e onde deveriam ser reforçadas as medidas de segurança sanitária. As áreas de maior incidência recebem a coloração vermelha, por isso, o resultado principal é chamado de mapa de calor.
O professor pós doutor Mauro Henrique Soares é um dos orientadores. Ele explica que são utilizadas técnicas de cartografia e de geoprocessamento de dados da saúde para fazer o mapeamento. “A cartografia nos permite investigar também como está sendo o fluxo da doença, ou seja, como ela se comporta de uma semana epidemiológica para outra”.
Soares diz ainda que a metodologia vai ser basicamente a mesma aplicada com a Covid-19, porém o projeto deve sofrer algumas alterações. Durante a pandemia, o raio investigado em cada caso positivo era de 500 metros. Desta vez, com a dengue, eles vão começar a analisar um raio de 800 metros, que é a área de voo do mosquito aproximadamente.
“Além disso, nós vamos trabalhar também com os focos do mosquito. Entendemos que, em volta de cada um, o raio de 800 metros é suficiente para que as pessoas se contaminem. Poderemos mapear quem está próximo deste foco e o que a população pode fazer para tentar minimizar os impactos da doença naquela localidade”.
A professora pós doutora em geografia Marine Raoul atua de forma voluntária nesta iniciativa desde a pandemia. Ela acredita que, da forma como os dados serão divulgados, ficará mais fácil dos moradores de Três Lagoas entenderem as informações sobre a dengue. “Muitas vezes, os dados em tabelas são mais complexos de serem analisados pela população. O mapeamento permite uma visualização e uma representação mais interativa também”.
Soares vai além, e diz que todos podem auxiliar as entidades públicas a combaterem à dengue. “A partir do momento em que as pessoas passarem a prestar atenção ao mapeamento, elas vão ter noção de que é preciso cuidar melhor dos quintais onde há mais focos de mosquito, ou ainda solicitar mais assistência da prefeitura”