Veículos de Comunicação

Feminicídio

Matei porque me traiu’, diz autor do 1º feminicídio do ano em Três Lagoas

Ex-marido efetuou quatro disparos contra a vítima que morreu na UPA

Ex-marido efetuou quatro disparos contra a vítima que morreu na UPA - Alfredo Neto/JPNews
Ex-marido efetuou quatro disparos contra a vítima que morreu na UPA - Alfredo Neto/JPNews

O corpo da jovem Judete Aragão de Oliveira, de 21 anos, vítima de feminicídio, em Três Lagoas, foi sepultado no interior da Bahia, na sexta-feira (5). Ela foi assassinada a tiros pelo ex-marido, de 27 anos, que não aceitava a separação do casal. Os dois deixaram o Nordeste junto com familiares e há três anos se mudaram para Mato Grosso do Sul. Ficaram juntos por cinco anos, mas há três meses estavam separados. 

CRIME

Na quarta-feira (3), Franklin Santos de Aragão foi até a casa da ex-mulher, no bairro Guanabara, e efetuou quatro disparos. Depois, fugiu. O crime ocorreu por volta das 8h e a mulher foi encontrada caída no chão da casa pela sogra, que reside ao lado. Em meio ao desespero, a sogra levou a nora ferida dentro do próprio carro para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A equipe médica socorreu a vítima, mas meia hora depois, ela morreu na unidade. 

Franklin foi encontrado pela Polícia Militar escondido dentro de um barraco, próximo ao local do crime, e preso em flagrante. Ao ser questionado sobre o feminicídio, o homem confessou o assassinato. “Eu matei porque me traiu. Aí matei”, declarou. Além disso, contou aos policiais que é usuário de drogas e que tinha consumido cocaína antes do crime. 

Os policiais apreenderam também o revólver caibre 38 usado para matar Judete. De acordo com o boletim de ocorrência, Franklin tentou esconder a arma e jogou no quintal de um vizinho. O suspeito foi levado para a Delegacia de Pronto Atendimento (Depac) e, depois, encaminhado para o presídio. 

ESTATÍSTICA

Esse foi o primeiro feminicídio registrado, em Três Lagoas, em 2021. De acordo com a Polícia Civil, outras três tentativas se transformaram em boletins de ocorrências. 

Já em 2020, a Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) registrou dois casos de feminicídio e cinco tentativas.  Na madrugada de 23 de novembro do ano passado, Ana Paula Pagani de 28 anos, foi morta a facadas pelo ex-namorado Maicon Douglas Rodrigues 28 anos. 

O crime ocorreu no Conjunto Habitacional Orestinho. A vítima estava dormindo quando sofreu várias perfurações de faça, nas costas, pescoço e peito. O ex-namorado foi preso em flagrante. 

Em 7 de agosto, Leolina Pereira Macedo foi morta por asfixia por dois homens. O crime ocorreu na madrugada, no bairro Santa Rita. O corpo da vítima foi enterrado sem roupa, no quintal de um imóvel, pelos próprios suspeitos. Eles foram presos e confessaram que o homicídio ocorreu após uma briga por drogas.