Após mais um caso de feminicídio ser registrado em Paranaíba ocorrida nesta semana, voltou à tona a discussão da eficácia das medidas protetivas para mulheres vítimas de violência doméstica. No caso, Alessandra Penha Cardoso possuía em seu favor medida protetiva contra o ex-marido, autor do crime.
A medida foi deferida uma semana antes do crime, ocorrido na última terça-feira (29). No dia 20 deagosto foi registrado Boletim de Ocorrência na 1ªDP (Primeira Delegacia de Polícia Civil). “No dia 21 a vítima compareceu na delegacia e pediu medidas protetivas que foram deferidas no mesmo dia. No dia 24 de agosto, ele foi intimado dessa decisão. Como trata-se de autor de homicídio doloso, que estava intimado de uma decisão judicial, esse fato é causa de aumento de pena no feminicídio”, avisou.
Na Delegacia de Atendimento à Mulher, em Paranaíba, são registradas aproximadamente 700 ocorrências durante o ano, cerca de 80%, resultam em medidas protetivas. “As medidas protetivas salvam vidas, por todo procedimento”. Ela reforça a importância de campanhas educativas direcionadas para o homem. “Nós estamos muito habituados a falar sobre a violência contra as mulheres para as mulheres. A Lei Maria da Penha é uma das mais conhecidas do país”, pontuou.
“Precisamos mudar o enfoque e trabalhar com os homens, para ter mudança de cultura e respeito para com as mulheres, entender que a educação dentro de casa é importante. Na nossa casa temos muita responsabilidade para mudar essa cultura e evitar esses crimes bárbaros contra mulheres e meninas. O homem tem que estar junto nessa luta”, defendeu a delegada responsável pelo caso.