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Editorial

Meio ambiente, conferência deve propor mais sustentabilidade

Leia editorial do Jornal do Povo deste sábado (18)

Meio Ambiente será tema de conferência municipal
Meio Ambiente será tema de conferência municipal | Foto: Divulgação/ilustração

A anunciada Conferência Municipal do Meio Ambiente, marcada para o dia 24 de janeiro, cria para a sociedade civil e para os defensores do meio ambiente expectativas de que seus resultados indiquem políticas e práticas que o município e seus munícipes deverão observar e cumprir. Esta questão, atualmente, tão tormentosa, não permite mais omissões, improvisações ou que o tema seja relegado ou rebaixado para assuntos de menor importância.

Entre os temas que a conferência propõe está a desafiadora questão: sustentabilidade e desenvolvimento. Espera-se que estes dois pilares abranjam questões que vão desde a poluição industrial diante da realidade três-lagoense, que hoje abriga fábricas de celulose, entre tantas outras, e em breve, a de fertilizantes cuja conclusão de sua implantação e consequente entrada em operação espera-se para os próximos dois anos, até a correta e seletiva coleta de lixo residencial.

É sabido, que a cidade dispõe de estações de monitoramento do ar desde quando foi implantada a primeira unidade fabril de celulose. No entanto, a população não tem acesso aos indicadores de controle do ar na cidade. Portanto, em relação a essa questão de controle de poluição do ar que respiramos, se impõe com mais transparência o acesso às informações dos níveis de qualidade do ar na cidade e sua consequente publicidade, que deve ser proclamada pelos controladores dessas estações de monitorando, que estão instaladas dentro das indústrias e outras fora, mas não controladas pela municipalidade. Enfim, a chave da casa está em mãos daqueles que possivelmente podem ser causadores da poluição. Por isso, deve ser exigida mais transparência e acesso instantâneo e diário à essas informações.

Outra questão importante refere-se à fiscalização mais efetiva sobre o recolhimento de resíduos e a sua destinação. Para onde vão esses resíduos? Também, as questões de mitigação sobre impactos ambientais precisam ser permanentemente acompanhadas e executadas, além de fiscalizadas com efetividade pela municipalidade, de modo que o meio ambiente seja compensado e continue saudável.

Outra questão relevante é a recomposição do Córrego da Onça, quer está “morrendo” por conta do despejo de dejetos do esgoto da cidade e do desmatamento da sua nascente, assim como do seu curso.

Certamente se discutirá nesta conferência ações de educação para o meio ambiente levando a discussão para dentro das escolas e para a população, que obrigatoriamente deve adotar postura mais consentânea com as regras e cuidados que se deve ter com o descarte do lixo doméstico, limpeza e manutenção de terrenos baldios, assim como não varrer para dentro de bueiros a sujeira das calçadas e sarjetas.

O fato é que vivemos um período de evidente desequilíbrio climático, hoje, alternadamente com escassez de chuvas, ou, com períodos de muitas chuvas e tormentas que causam enchentes, desabamentos de encostas e por aí afora, redundando sempre, em severas punições às populações atingidas.

O nosso meio ambiente precisa e deve ser preservado para que os mananciais de água não sequem, nossas vegetações não sofram maiores impactos por conta da seca. É necessário restabelecer os sistemas de chuvas, para que o campo, com suas plantações, forneça os resultados desejados para o agronegócio.

Mas, o grande desafio dessa conferência será a de estabelecer medidas de preservação das três lagoas, que emprestam o nome à cidade. A lâmina de água da Lagoa Maior ano após ano fica mais rasa, a contenção de areia e sujeira que deveria evitar o despejo de dejetos não está contendo por causa da improvisação de bacias abertas em seu entorno.

Portanto, é imprescindível a contratação de engenharia especializada para encontrar uma solução definitiva. Caso nada seja feito, as lagoas correrão risco de desaparecerem para tristeza de todos nós, que amamos Três Lagoas. E de nada valerá o desenvolvimento que estamos alcançado, caso a sustentabilidade do meio ambiente não seja garantida por meio de ações efetivas para preservá-las.