O Cinturão Verde de Três Lagoas é composto por 170 lotes. Segundo o diretor do Departamento de Agronegócios da prefeitura, Renato Carrato, a metade está improdutiva. Ou seja, as pessoas estão apenas morando no local, e não estão produzindo nos lotes.
Por esse motivo, o departamento, em parceria com o Ministério Público Estadual e a Comissão que foi criada para discutir a ocupação de lotes no Cinturão Verde, vai iniciar um trabalho para reintegração dos lotes que estão improdutivos para fornecer a outras pessoas.
O Cinturão Verde foi criado com a finalidade de se ter uma produção de hortifrutigranjeiro. No entanto, isso não vem ocorrendo, já que são poucas pessoas que possuem plantações no local.
De acordo com Carrato, os contratos de ocupação que foram assinados há alguns anos, não dispõem da obrigatoriedade da produção, embora o Cinturão Verde tenha sido criado com essa finalidade. Já no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado, em 2012, com alguns moradores do local, por sua vez, já prevê essa obrigatoriedade.
“Conforme os contratos vão vencendo, vamos fazer a reintegração dos lotes, ou fazer as pessoas se adequarem e começarem a produzir. O Cinturão Verde foi criado para a produção e não para a pessoa morar”, destacou. De acordo com ele, no TAC já está previsto que a pessoa terá prazo de um ano para começar a produzir e sobreviver da produção do local, sem a necessidade de trabalhar em outro local, como ocorre atualmente com muitos que ocupam os lotes.
Ainda de acordo com o diretor do Departamento de Agronegócios, as pessoas que moram no Cinturão Verde não produzem porque não querem, já que não pagam nada para morar no local, com exceção da água e energia. Ele informou que a prefeitura disponibiliza um trator que é subsidiado para preparar a terra. O morador paga R$ 73 a hora. Além disso, existem alguns projetos que podem ser executados no loca e que conta com o apoio da prefeitura e do Sebrae, como o Projeto PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável).
PRODUÇÃO
Se por um lado muitos lotes estão improdutivos, por outro, tem aqueles, que cumprem a finalidade para o qual o Cinturão Verde foi criado. É o caso do lote da dona Maria Rodrigues da Cruz, que tem uma vasta plantação. “Eu tenho pequi, guavira, coco, manga, limão, jabuticaba, a horta, de tudo aqui eu tenho um pouco”, conta.
A produção da dona Maria vai parar na merenda escolar dos alunos da Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas. Ela é um dos produtores que entrega a produção da horta para as escolas e recebe um valor por isso. Na opinião dela, para quem tem coragem de trabalhar, é possível sim ter uma boa produção no Cinturão Verde.