O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito civil público para apurar a regularidade da aplicação de verbas federais no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Três Lagoas. Em fevereiro deste ano, o MPF recebeu uma denúncia de que o Samu estava funcionando em situação precária, com apenas duas ambulâncias, as quais apresentavam defeitos.
De acordo com o Procurador da República, Davi Marcucci Pracucho, após levantamentos feitos no local constatou-se a situação precária em que o Samu está funcionando. Diante disso, foi instaurado um inquérito civil, que está em andamento para apurar os fatos. “Essa precariedade foi confirmada nas visitas e nos documentos que recebemos. Por se tratar de um serviço público que conta com recursos do governo federal, houve por bem o Ministério Público Federal também atuar neste caso”, comentou.
Pracucho disse que está sendo apurada quais as causas dos problemas e as medidas que serão adotadas para melhorar essa situação. “O município assume um compromisso perante a União para que o serviço seja prestado de maneira adequada, e cabe ao Ministério Público Federal zelar para que isso aconteça”, ressaltou.
A prefeitura, segundo o procurador, respondeu no último dia 23, os ofícios do MPF em relação ao Samu. “De posse dessas informações, vamos estudar com mais precisão, o que podemos fazer enquanto Ministério Público para melhorar essa situação”, acrescentou.
AMBULÂNCIA
No início da semana passada o Samu voltou a ser destaque, porque apenas uma ambulância estava operando, enquanto que outras duas unidades estavam avariadas e paradas. Na noite de terça-feira, 24, dois médicos que estavam de plantão, tentaram registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil visando preservação de direitos com a finalidade de resguardar de possível imputação de omissão de socorro. Mas, não conseguiram registrar um boletim de ocorrência. Diante da situação, elaboraram relatório de ocorrência no livro ata do Samu. De acordo com o coordenador dos médicos do Samu, João Gabriel Gonçalves, como apenas uma ambulância em funcionamento, os dois médicos resolveram adotar essa medida para preservarem direitos.
Atualmente o Samu de Três Lagoas dispõe de três ambulâncias, sendo que uma delas destina-se ao suporte de transporte avançado, mas apenas uma estava em operação. Segundo o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Edson Aparecido de Queiroz, essa é uma situação que está ocorrendo há meses.
Ele informou que se reuniu com a prefeita Márcia Moura na semana passada e cobrou um posicionamento da administração sobre essa questão. “A prefeita garantiu que está comprando mais uma ambulância de suporte avançado para o Samu, vamos aguardar”, arrematou Edson.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que apenas uma ambulância de suporte avançado, estava em funcionamento. Entretanto, alegou que o município conta com o respaldo da equipe do Corpo de Bombeiros para atender os chamados que não apresentam risco de morte. Em relação às outras duas viaturas, devido ao desgaste pelo uso, ambas estavam paradas para reparos mecânicos.