Beneficiados pela ação dos governos estadual e municipal estão reclamando (até antecipadamente, antes de entrarem nas casas) de uma medida tomada pelos órgãos responsáveis (Departamento de Habitação da Prefeitura ou Secretaria de Estado de Habitação) que, segundo os reclamantes, impede que os alcançados pelas graças do Poder Público instalem comércios nos conjuntos residenciais.
“Lá [conjunto habitacional no Vila Verde] não existem farmácias, mercados, cabeleireira; quero montar um posto de pães e me disseram que não podia, pois é [conjunto] área residencial”, comentou uma futura moradora do referido bairro, que preferiu não ter o nome revelado.
Segundo alguns moradores, o dinheiro usado para a construção desses residenciais “é do povo, arrecadado do povo”. Questionam ainda o seguinte: se vão pagar os imóveis, mensalmente, porque não podem fazer o que quiserem com o prédio? “Não é de graça, não. Será que esses conjuntos servirão apenas como dormitórios?”, indagou outra beneficiada.
Ontem (23) de manhã, a diretora do Departamento de Habitação, Cleonice Fontoura, esclareceu que a questão é uma determinação do governo federal, dentro dos critérios do Programa de Habitação Popular. “Nada impede que uma moradora ganhe algum dinheiro fazendo unha, cortando cabelo ou que faça pães em casa e venda”, observou ela, acrescentando: “não pode é montar comércio”.
Três Lagoas