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Editorial

Mortandade de Peixes

Leia editorial do Jornal do Povo deste sábado (28)

Rio Sucuriú registra mortandade de peixes - Divulgação
Rio Sucuriú registra mortandade de peixes - Divulgação

Não pode passar despercebida a mortandade de peixes verificada no rio Sucuriú no transcorrer da semana que finda. Assustadora essa ocorrência, que pode indicar o início de poluição dos nossos rios pelo mau uso das suas águas ou despejo de substâncias que agridem a vida aquática onde se dá a reprodução de peixes, assim como o comprometimento da pureza dessas águas. É preciso que os organismos de defesa do meio ambiente como o Ibama e o Imasul atuem com energia e com rapidez na procura das causas e dos causadores desse nefasto impacto na vida aquática dos nossos rios, sejam elas quais forem.

A nota emitida pelo Imasul é muito salomônica e de evidente manifestação burocrática. Ao informar que se trata de procedimentos realizados em hidrelétricas do rio Paraná visando combater o acúmulo de macrofitas, dá ares de quem zomba da inteligência alheia, como se as pessoas não soubessem que se trata de algas, as quais desempenham no ambiente aquático o papel de manutenção da biodiversidade, indicando a qualidade da água, além da importante função de ciclagem de nutrientes.

Dessa nota de “esclarecimento” do Imasul, quando diz que burocraticamente irá oficiar ao Ibama e a Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb) para que adotem providências de notificação e aplicação de sanções pertinentes, depreende-se que não adotou nenhuma providência que lhe cabe por dever de ofício e que nada apurou para colher provas e, sobretudo, identificar a causa que dessa mortandade de peixes em rios que banham terras sul matogrossenses.

A disposição do Imasul em ser agradável mesmo desconhecendo quem ou quais seriam os causadores dessa agressão, evidencia falta de energia na fiscalização e proteção dos nossos rios e ao meio ambiente em geral. Se o novo governador do Estado ou o secretário de Estado cuja pasta está vinculado o Imasul souberem dessa morosidade para adoção de medidas para apurar esse fato, certamente, duras medidas adotariam  contra  dirigentes do Imasul diante de um quadro preocupante e de inércia. Será que o Imasul tem conhecimento de que o comandante da Policia Militar Ambiental recolheu exemplares de peixes mortos? Quem irá proceder a análise desses exemplares para identificar as causas da mortandade de peixes em elevado número? O Imasul reconhece também que houve impactos na fábrica de celulose Eldorado na captação de água. Mas, não informa qual impacto.

Enfim, a nota que emitiu nada esclarece, pelo contrário, não indica adoção de providências para apurar as causas e identificar responsáveis. Se o Imasul desempenhar suas funções na preservação do nosso meio ambiente como neste caso ao transferir responsabilidades para a Cetesb e o Ibama, certamente, o nosso meio ambiente correrá risco sempre.