Depois da morte de algumas capivaras, patos e gansos, o cercamento da Lagoa Maior em Três Lagoas voltou a ser discutido. Nesta semana, mais uma capivara foi encontrada morta no local. Além disso, o “famoso” jacaré da lagoa teve a pata cortada e uma sucuri foi encontrada morta na semana passada.
Essa situação faz reacender a possibilidade de cercar o local. Isso evitaria o contato das pessoas que frequentam a Lagoa Maior com os animais, em especial as capivaras e os jacarés, que são os mais “assediados” pela população para registros de fotografia.
O atual secretário do Meio Ambiente, Antônio Rialino, defende o cercamento da Lagoa Maior para proteger os animais e para obter maior controle dos frequentadores. Para Rialino, o ideal seria cercar toda a lagoa e não apenas o espelho d’água. “Com isso, poderia ser evitada a entrada de vândalos no local e pessoas que só vão lá para usar drogas”, comentou.
O Plano de Monitoramento elaborado pelos professores da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), entregue à prefeitura em 2011, já recomendava a implantação de cerca viva ou de madeira no espelho d’água da Lagoa Maior, para evitar a pesca, já que a água está contaminada por esgoto despejado no local, e também o contato da população com as capivaras e jacarés.
O aposentado Sinésio Ribas, de 64 anos, frequenta diariamente a Lagoa Maior e defende o cercamento do local. “Acho que é importante, assim evitaria que os animais saíssem para a avenida e fossem atropelados. A gente já viu as capivaras e até o jacaré beirando a rua”, comentou. O aposentado entende ainda que o cercamento tem que ser da lagoa inteira e não apenas no espelho d’água. “As capivaras estão aumentando, então elas precisam de um espaço maior”, acrescentou.
Edson Silva, de Juiz de Fora, está em Três Lagoas a trabalho e sempre que pode vai até a Lagoa Maior. Ele também defende o cercamento do local. “Não acho que a cerca tiraria a beleza da lagoa, não. Basta fazer um projeto bem feito e, certamente, contribuiria para proteger os animais”, comentou.
Ambientalista rejeita sugestão da UFMS
O integrante da Associação Amigos da Lagoa, Manoel Pimenta, é contra o cercamento. Em sua opinião, o que precisa ser feito é o controle dos animais que habitam no local. Ele entende que as capivaras deveriam ser retiradas do local, porque o animal é hospedeiro do carrapato estrela que, se infectado com a bactéria Rickettsia rickettsii, pode causar a febre maculosa. Além disso, defende também a retirada dos jacarés-de-papo-amarelo, que, segundo ele, são originários do Pantanal e são agressivos. “Existem quatro jacarés-do-papo-amarelo no local. Esses têm que ser retirados, os demais, não. O mesmo ocorre em relação às sucuris, que não podem ficar na lagoa”, declarou.
Uma audiência pública está marcada para discutir não apenas o possível cercamento da lagoa, mas também a transformação das lagoas em Unidades de Conservação na categoria Monumento Natural, a fim de que possam receber recursos de compensação ambiental.