Morreu no domingo (2), o médico e ex- servidor público, Paulo Rodrigues Mota, 87 anos. Durante muitos anos, ele atendeu no Centro de Especialidades Médicas (CEM), de Três Lagoas. Era médico especialista e atendia no Programa Municipal de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids). Foi um dos pioneiros no atendimento à pacientes com doenças infectocontagiosas.
“Foram anos de um legado que recebi de água pura vindo deste homem que fez missão em seus anos de medicina a cuidar daqueles que muitos rejeitaram a lepra do século, a Aids. Em um certo momento da minha vida passei por uma intervenção cirúrgica e adquiri uma infecção hospitalar e precisei ser transferido para Campo Grande. Muitos que se diziam amigos, desapareceram mesmo sabendo do risco de vida, e ele [Paulo Mota], se ofereceu prontamente em me acompanhar e cuidar diariamente. Fica registrado minha gratidão, num mundo hoje sem histórias”, declarou o técnico em enfermagem, Jefferson da Costa, que por anos trabalhou ao lado de Paulo Mota, no CEM.
“Impossível falar em Aids, em Três Lagoas, e não lembrar do Paulo Mota, da sua competência e dedicação ao Programa Municipal de DST/Aids e aos pacientes. Quando surgiu a Aids, doença desconhecida e cheia de estigma e preconceito, havia dificuldades para tratamento dos doentes, não havia recurso financeiro destinado a nova doença e os pacientes sofriam muita discriminação. Paulo Mota aceitou o desafio de assumir como médico assistencialista e, assim o fez, até a sua aposentadoria. Vivenciou toda evolução do Programa ao longo dos anos. Também trabalhou muito no GAE-Vida, onde muito contribuiu e colaborou com o Programa. Tive a oportunidade de trabalhar com ele nos dois locais. Cumpriu com louvor com tudo que desenvolveu no seu amado Programa, apesar das inúmeras dificuldades”, declarou a ex-secretária de Saúde, Maria Angelina Zuque.