A expansão do setor florestal em Mato Grosso do Sul deve ter continuidade em 2025. Com o avanço das indústrias de celulose, o estado desponta como um dos maiores polos do país. Segundo Benedito Mário, diretor executivo da Reflore-MS, os projetos já em execução, como a fábrica da Arauco em Inocência e a indústria de celulose da Bracell, prevista para Água Clara, reforçam o potencial da região.
“Começamos com cerca de 100 mil hectares de eucalipto plantados e hoje já alcançamos 1,7 milhão. Para atender os projetos em andamento e futuras demandas, devemos chegar a 2,5 milhões de hectares”, destaca Benedito. Além da celulose, o setor também abastece indústrias de ferro-gusa e etanol de milho, aumentando a relevância da cadeia produtiva.
A expansão tem reflexos positivos na economia do estado, com a geração de milhares de empregos e o fortalecimento de regiões como a da Costa Leste, onde está Três Lagoas, que viu sua população dobrar nos últimos anos.
Benedito enfatiza a preocupação socioambiental do setor com áreas de preservação permanente acima do exigido por lei e iniciativas de recuperação de solo e sequestro de carbono. “Acreditamos que Mato Grosso do Sul será a Califórnia brasileira. Temos espaço, tecnologia e mercado para crescer ainda mais”, afirma Benedito, acrescentando que o estado possui 8 milhões de hectares na Costa Leste, dos quais 3 milhões podem ser utilizados para plantação de eucalipto.
O diretor da Reflore descarta a possibilidade de faltar madeira para atender a demanda crescente das indústrias. Segundo ele, o estado possui extensões de terras suficientes e tecnologia de ponta em silvicultura. “O que precisamos é que Deus nos ajude com temperatura e chuva, para que possamos manter a produtividade. Desafios como pragas, doenças e incêndios serão enfrentados com trabalho e dedicação”, ressalta.
Sobre a instalação de novas indústrias, Benedito é otimista. Ele acredita que Mato Grosso do Sul comporta mais uma fábrica de celulose, possivelmente a sétima no estado. “Uma nova empresa utiliza entre 300 e 500 mil hectares. Com os 8 milhões de hectares disponíveis, ainda há muito espaço para novos projetos. Essas expansões dependem do mercado, que vai determinar a viabilidade dos projetos”, afirma.
Contudo, ele destaca a importância de melhorias em infraestrutura e logística para acompanhar o ritmo de crescimento. “Como diz o governador, é a dor do crescimento. Veja Três Lagoas: em 2010 e agora em 2025. A cidade dobrou sua população, ganhou shopping, hospital e opções de lazer. Esse desenvolvimento também chegará a outras cidades que estão recebendo plantas de celulose”, explica Benedito.
Para o diretor da Reflore-se, o arrendamento de terras continua sendo um bom negócio. Benedito também ressalta que os produtores locais têm equilibrado as atividades de pecuária e silvicultura, investindo em tecnologia e produtividade. “É um ganha-ganha para todos. Mato Grosso do Sul tem tudo para se tornar uma das regiões mais prósperas do Brasil”, conclui.