Uma mulher de 22 anos registrou um boletim de ocorrência por abuso sexual cometido por um policial militar. O ato teria ocorrido na noite de quinta-feira (4), em uma região sem iluminação, próximo ao campo da Associação Desportiva Noroeste do Brasil (Aden), no bairro Santa Terezinha, em Três Lagoas. O caso é investigado pelas polícias Militar e Civil.
Em depoimento, a mulher relatou que passeava de bicicleta e parou na esquina do 2º Batalhão da Polícia Militar para fumar um cigarro, quando foi abordada por um policial militar, que estava pilotando uma moto. Segundo a denunciante, o homem havia obrigado ela a seguí-lo até um local escuro, de mata isolada, onde cometeu o abuso. A mulher também afirma que, após deixarem o local onde ocorreu o ato, o policial a seguiu até o Ginásio de Esportes Cacilda Acre Rocha, onde foi ameaçada de morte se contasse sobre o caso.
O suspeito foi identificado e chamado para prestar esclarecimentos. Durante o depoimento, ele negou a acusação e disse que a versão da mulher era “fantasiosa”. Segundo o acusado, ambos já se falavam a alguns dias por aplicativo e marcaram de se encontrar nas proximidades do batalhão, onde ficaram conversando por alguns minutos. O policial afirma que os dois estiveram no local apontado pela mulher, onde realizaram o ato sexual, e que foi um acordo de ambas as partes.
De acordo com o comando da Polícia Militar, após a coleta do depoimento da mulher e do suspeito, o caso foi levado para à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), onde foi registrado boletim de ocorrência por abuso sexual.
A mulher foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde passou por exames médicos e foi liberada.
Investigação
De acordo com as investigações da polícia, imagens registradas por câmeras de segurança mostram a mulher e o militar conversando na rua próxima ao batalhão. Segundo os policiais que tiveram acesso ao vídeo, a mulher e o policial demostravam tranquilidade e intimidade durante a conversa. E que, logo sem seguida, o militar teria saído na moto em direção a uma rua escura e a mulher o seguiu na bicicleta. As imagens também mostram que, após alguns minutos, ambos deixaram o local, seguindo caminhos opostos.
Os policiais responsáveis pela investigação analisaram o teor das imagens e entraram em acordo de que não houve crime. O relatório também aponta que a versão apresentada pela mulher no depoimento se contradiz com o que os registros da câmera de segurança. O acusado, no entanto, foi liberado.
A equipe de reportagem do JPNews entrou em contato com o tenente coronel Mauro C. Ormay, do 2º Batalhão da Polícia Militar. Por meio de nota, o tenente alegou que não houve crime praticado pelo agente da corporação e afirma não haver necessidade de penalização.“Após comunicado o suposto crime, foi feito todo esforço para investigarmos o caso, de forma imparcial, para trazer clareza sobre os fatos, sem prejuízos para ambas as partes. Segundo o depoimento da denunciante e os fatos relatados, com as imagens de câmera de segurança, que mostram um bom relacionamento e intimidade entre os dois, somando com o relato do militar, que teria confessado ter mantido contato com a mulher, mas tudo de forma consensual por parte dela, além das mensagens de celular, que confirmam a versão do policial”.
O caso ainda segue em investigação nas esferas Civil e Militar.