Com uma disposição invejável, a três-lagoense Aristina Teixeira Lata completa 100 anos nesta quarta-feira. Ela chama a atenção de todos por ainda cozinhar e fazer a feira aos sábados sozinha.
Três Lagoas
Mulher três-lagoense completa 100 anos
Aristina chega aos 100 anos, 60 deles vividos em Três Lagoas
Descendente de portugueses, nascida em 17 de julho de 1913 em uma fazenda onde hoje é Cassilândia, Aristina é filha de primos de primeiro grau. Mãe de quatro filhos – três mulheres e um homem -, além de uma filha adotiva.
Alegre, Aristina revela suas lembranças de quando era jovem. “Do que mais me recordo é de quando eu era menina. Eu adorava ir ao baile para dançar”.
Já adulta, ela trabalhou auxiliando o marido, que era dentista. Ajudava na confecção de próteses. Como hobby ela conta que adorava fazer crochê.
PASSEIO
Aristina mora em Três Lagoas há mais de 60 anos, na mesma casa. Seu encanto pela cidade aconteceu em 1931, quando em um passeio ela ficou conhecendo a “Cidade das Águas”. “Vim da fazenda, uma parte a cavalo, outra de ônibus. Quando cheguei fui ao cinema e assisti a um jogo de futebol”, relembrou.
Em 1939 mudou-se para Três Lagoas com seu esposo Júlio Garcia de Oliveira. Aristina teve uma breve passagem pela cidade de Birigui, entre 1950 e 1957, período destinado aos estudos dos filhos. Entretanto, depois de concluídos os estudos, retornou a Três Lagoas, pois, segundo ela, é o lugar onde escolheu para viver. “Gosto muito do povo daqui, sempre gostei, toda vida me dei muito bem com todo mundo”, disse.
VIDA AOS 100
A mulher centenária mora com duas filhas – Elvira Oliveira Lopes, 77 e Adélia de Oliveira Lata, 79 -, desde o falecimento de seu marido em 1973 – há 40 anos. “Sou bem caseira. Gosto de ouvir rádio, assistir novela”. Já aos finais de semana seu hobby é ir à feira. “Faço a feira todo sábado. Vou sozinha. Todos me conhecem por lá”, disse.
Conforme os filhos, a saúde da mãe está ótima. Ela não reclama de dores ou qualquer problema que seja e seus exames de rotina estão em dia. “Fico feliz por completar 100 anos. Venha o que vier, passamos para frente”, disse Aristina.
A memória de Aristina também é surpreendente. Ela se lembra de datas e fatos remotos até à memória dos filhos. “É uma alegria ver a maneira com que minha mãe chega aos 100 anos. Com a memória melhor que a nossa”, disse sua filha Elvira.
Olíria de Oliveira Rímoli, 82, filha mais velha de Aristina, comentou a satisfação de presenciar sua mãe fazendo aniversário. “É um dos milagres que assistimos. Não é fácil chegar aos 100 anos, e ela chegou, com saúde, dando conta da vida dela”.
Para Adélia, filha caçula de Aristina, sua mãe é uma guerreira. “Minha mãe está superando a nossa própria expectativa de vida. Eu não me imagino chegando aos 100 anos”, disse.
PRESENTE
Como presente de aniversário, Aristina escolheu uma viajem ao invés de festa. Ela viajou com as filhas e sua neta à Caldas Novas (GO). “Minha neta foi lá e gostou, fiquei com vontade de ir”. Juliana de Oliveira Rímole, sua neta única, comenta sobre o centenário de sua avó. “É um orgulho saber que minha vó está completando 100 anos, Ela é uma das mulheres que me ensinou a viver”.
OS AMIGOS
Entre os amigos da aniversariante está a professora Flora Thomé. “Somos amigas há mais de 50 anos, tenho profunda admiração por ela. Uma pessoa que tem uma memória incrível. O ontem e o hoje para ela são a mesma pessoa”, salientou Flora.
O casal José Luiz Savazi e Cleuza Savazi considera Aristina parte da família. “Essa mulher é uma referência à nossa família”. A filha do casal Maria Savazi também tem enorme admiração pela “avó”. “Ela é um exemplo de pessoa. Chegou aos 100 anos cheia de disposição. É a matriarca da família. A gente aprende muito com ela”.