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Editorial

Municipalização da avenida

Leia do editorial da edição do Jornal do Povo desta semana

- Reprodução/TVC
- Reprodução/TVC

A  avenida Ranulpho Marques Leal (ex-prefeito da cidade e deputado estadual e um dos principais fundadores do Sindicato Rural de Três Lagoas), é porta de entrada para Três Lagoas e serve de acesso para Campo Grande e Brasilândia. Encravada no perímetro urbano sua jurisdição é do Dnit, porque esse trecho é via da BR 262. O fato é que o Dnit alega que dá manutenção de três em três meses (quando dá) e se desculpa por conta desse longo lapso de tempo. A terra das ruas não asfaltadas que a ela dão acesso invade os seus limites, assim como o lixo que acumula e o mato que toma conta do seu precário acostamento, contribuem para o péssimo aspecto que apresenta.

Dá a impressão de uma cidade suja. Quem passa pela cidade e não a conhece, tem essa impressão de que Três Lagoas é uma cidade mal tratada e administrada, quando em verdade não  é. Basta andar pelas avenidas, ruas e bairros da cidade que se constatará a grande extensão da malha asfáltica urbana recuperada, sem contar as inúmeras ruas que foram asfaltadas e receberam obras de infraestrutura urbana com a implantação de redes de água, esgoto, captação de águas pluviais. Agora só falta cobrar de proprietários de imóveis urbanos a edificação de calçadas e a construção de muros em terrenos baldios. Inquestionavelmente, neste quesito a cidade está tomando um novo aspecto.

Mas, o fato é que o Dnit que deve arrecadar fortuna em multas com os três radares nela instalados, nada faz para mudar essa situação de precariedade da avenida que em parte é trecho da BR 262. Não instala rotatórias de acesso aos bairros que confrontam com a avenida, as quais poderiam dar mais segurança aos motoristas para atravessá-la em alguns trechos.

Impede o natural prolongamento de ruas no sentido centro – bairro, enfim, o Dnit por conta da burocracia entrava a melhoria da própria avenida e enfeia a cidade, confundindo o cidadão observador de que essa péssima manutenção é culpa da administração municipal, o que não é. Portanto, a transferência desse trecho da avenida Ranulpho Marques Leal  para a administração municipal tarda, que já arca com os custos da sua iluminação.

O fato é que a cidade  não pode ser tratada por uma autarquia federal como o Dnit como se fosse um simples ponto de passagem da BR 262. Afinal, Três Lagoas é a terceira cidade de Mato Grosso do Sul em população e polo mundial da produção de celulose, sem contar que representa um centro de escoamento da produção do Centro Oeste brasileiro e de interligação à região Norte do país.

Não é por outro motivo que se aguarda a implantação do porto seco pela Receita Federal para que aqui em Três Lagoas a produção industrial e mercadorias destinadas à exportação saiam daqui alfandegadas, ou seja, prontas para serem embarcadas sem quaisquer embaraços em navios de qualquer porto marítimo que dá destino aos mais diversos destinos do mundo.

Portanto, a medida proposta pela administração municipal em assumir a administração desta via da BR 262, incrustada na avenida Ranulpho Marques Leal é mais do que acertada. Mas, bem que poderia a administração municipal cobrar do Dnit, simultaneamente, a implantação das rotatórias que necessariamente devem ser construídas para maior segurança no intenso trânsito que se registra neste trecho urbano.