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Três Lagoas

Município inicia reintegração de posse no Cinturão Verde

Famílias tiveram que deixar lotes ocupados irregularmente no local

Duas famílias tiveram que deixar os lotes por descumprirem regras do cinturão -
Duas famílias tiveram que deixar os lotes por descumprirem regras do cinturão -

Oficiais de justiça da Comarca de Três Lagoas, na companhia de policiais militares deram início na manhã de ontem o cumprimento de um mandado de reintegração e manutenção de posse dos lotes 145 e146 no Cinturão Verde. Os ocupantes dessas áreas tiveram que deixar o local na presença dos policiais da Rondas Ostensivas e Táticas do Interior (Rotai), dos representantes da Prefeitura e Ministério Público. Estava prevista também a desocupação do lote 131. Entretanto, em razão da família que ocupava esse lote ter filhos, houve-se um consenso em permitir que ela permanecesse no local por mais uma semana, até que encontrasse um local para morar.

A Prefeitura, no entanto, ofereceu abrigo para essas famílias no Albergue Municipal.  O casal que residia no lote 145 não quis ir e disse que procuraria abrigo na casa de um parente. O senhor que estava no lote 146 foi para a casa do vizinho que reside em outro lote. Ao todo, são quatro mandados de reintegração de posse que devem ser cumpridos no Cinturão Verde.


Entretanto, segundo o engenheiro agrônomo, Manoel Latta Ernandes, do Departamento de Agronegócio, da Secretaria de Meio Ambiente, existem 12 lotes ocupados irregularmente no Cinturão Verde. Por esse motivo, a Prefeitura deverá entrar com novas ações na Justiça solicitando a reintegração de posse de outras áreas.


MOTIVO
A reintegração de posse desses lotes ocorreu porque essas famílias adquiriram os lotes de maneira irregular e não estavam produzindo no local. Conforme prevê o Termo de Permissão de Uso, entregue em novembro do ano passado, para ter direito de ocupar o lote, a família precisa atender aos critérios do contrato e do TAC. Os ocupantes dos lotes precisam estar produzindo, ser de baixa renda e não ter mais de um imóvel, entre outras exigências.


Em hipótese alguma é permitida a venda, locação ou transferência de lotes para terceiros. Além disso, a área é única e exclusivamente para exploração de hortifrutigranjeiros. Uma das cláusulas exige que, após seis meses da entrega do Termo de Ocupação, a família esteja produzindo, o que não ocorreu com essas famílias que tiveram que deixar o local.


DECISÃO
A decisão em retomar a área, de acordo com o engenheiro, ocorreu após levantamento realizado no local e dos casos serem analisados pela Comissão de Regularização de Ocupação do Cinturão Verde, que é composta por representantes da Secretaria do Meio Ambiente, do Ministério Público, da Câmara Municipal, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, do Jurídico da Prefeitura e da Agência de Desenvolvimento Agrário (Agraer).


A comissão foi criada para atender aos requisitos estabelecidos no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado em agosto do ano passado, entre o Ministério Público Estadual e a Prefeitura. O TAC foi formalizado em decorrência dos fatos apurados em um inquérito civil público, instaurado em 2011 pelo Ministério Público, que investigava a ocupação e vendas irregulares de lotes no Cinturão Verde.