Em menos de três meses, dois novos casos de hanseníase foram registrados em Três Lagoas. De acordo com informações do Programa Municipal de Controle de Hanseníase, dos novos casos, um é da forma clínica MHT (forma não contagiosa) e uma da forma MHD (forma clínica contagiosa). Em 2014, o município contabilizou 26 casos da doença.
A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa causada por um bacilo denominado Mycobacterium leprae. A doença não é hereditária e sua evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada.
TRÊS LAGOAS
Há registros de casos em praticamente todos os bairros da cidade. De 1999 a cidade registrou 222 casos de hanseníase: Vila Nova (41 casos), Vilas Piloto (32 casos), Vila Haro (29 casos), N. S. Aparecida (21 casos), São Carlos (20 casos), Santa Rita (19 casos), Vila Alegre (18 casos), Paranapungá (17 casos) e Guanabara (16 casos). A região Central registrou nove casos. Na cidade, 60% dos casos notificados são em homens. Mas, a doença atinge ambos os sexos.
Segundo um morador do bairro Jupiá, que não quis se identificar, no bairro e no Vila Alegre, várias pessoas possuem a doença, e muitas abandonaram o tratamento. “Conheço uma família que a mãe e os dois filhos contraíram hanseníase. Um dia desses ao chegar em casa de moto, a mulher percebeu que estava sem a sandália e quando foi ver parte do calcanhar havia se perdido”.
Desde 1997, Três Lagoas promove Campanha anual de mobilização contra a Hanseníase. No ano passado, foi realizado no final de novembro, juntamente com o Dia Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele.
SINTOMAS
Entre os sintomas da doença estão: máculas (manchas) esbranquiçadas, avermelhadas, acastanhadas, com falta de sensibilidade sobre o local (hipoestesia); espessamento de nervos periféricos; dormência em mãos e pés; nódulos (caroços) pelo corpo; pavilhão auricular infiltrado; queda de pelos de sobrancelhas e cílios (madarose superciliar e ciliar).
TRATAMENTO
O tratamento utilizado em todo o mundo é através da Poliquimioterapia (PQT). Para as formas clínicas não contagiosas (MHI e MHT) o tratamento é feito com PQT Paucibacilar (PQT-PB) durante seis meses. Para as formas clínicas contagiosas (MHD e MHV) o tratamento é feito com PQT Multibacilar (PQT-MB) durante o dobro de tempo, 12 meses.
De acordo com o Antônio Carlos Modesto, coordenador Programa Municipal de Controle a Hanseníase. “Ao sentir um desses sintomas diriga-se imediatamente a uma Estratégia Saúde da Família – ESF ou Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde – EACS próxima de sua residência e ser submetido a avaliação clínica e exame complementar (baciloscopia de linfa).Caso seja confirmado o diagnóstico, a pessoa inicia imediatamente o tratamento, sendo acompanhada pela equipe central do PMCH”.