Quando a pandemia do coronavírus causou o adiamento de um ano das Olimpíadas de Tóquio, o inevitável ponto de interrogação no calendário da moda ficou ainda maior.
Três dias após esse pronunciamento, o conselho de administração da Federação Francesa de Alta-Costura e Moda anunciou que a semana de moda masculina de Paris (que estava programada para 23 a 28 de junho), assim como a semana de alta-costura (marcada entre os dias 5 e 9 de julho), não iriam mais ocorrer.
Para todos os efeitos, os desfiles devem continuar e, por esse motivo, todos estão pensando em alternativas. A resposta moldará o futuro da moda.
O ciclo de vida criado pelas semanas de moda pode ser amplamente dividido em quatro grupos: as marcas, a produção, os compradores e a imprensa.
Como um jornalista, eu entendo as implicações da última parte – e as mencionarei durante essa matéria – mas o que um novo modelo da semana de moda significaria para os meus colegas que fazem parte dos outros três setores? (Se, de fato, haverá coleções após a suspensão de produção, perdas financeiras e todas as outras consequências causadas pelo coronavírus).
Dono de uma das marcas mais poderosas do mundo, Giorgio Armani foi o primeiro estilista a repensar a estrutura do seu desfile, após os alertas sobre a pandemia no final da semana de moda de Milão em fevereiro, ele pediu aos convidados que não comparecessem ao desfile e, ao invés disso, assistissem à transmissão ao vivo via plataformas digitais.
Se a indústria for forçada a reinventar as próximas semanas de moda, o formato da Armani é uma solução facilmente imaginável, assim como a ideia de filmes ou vídeos de alta produção para exibir as coleções.
Com informações de Anders Christian Madsen/Vogue Internacional.