Três Lagoas convive com o grave problema dos alagamentos há décadas. Os moradores da cidade estão cansados de verem ruas, casas e empresas alagados a cada chuva. Não há um bairro sequer que a falta de drenagem escape de ser apontada como a causa do problema tão antigo quanto o conhecimento de sua solução: a instalação de redes de captação de água, tipo de obra considerada cara.
Nesta semana, bastou um pouco mais de chuva, na terça-feira, para a cidade ficar com mais da metade de suas ruas com água quase chegando nos joelhos de quem passava a pé e na altura da porta de carros.
Os alagamentos, contudo, não ocorrem apenas onde falta captação. Há locais, na cidade, em que a tubulação existente não suporta mais a quantidade de água escoada de bairros que, antes, não impermeabilizados pelo asfalto e com um número cada vez maior de construções, que se tornaram corredores para o escoamento da água a diversos locais onde os tubos foram projetados em outras épocas, quando a cidade não tinha sequer um terço de sua população atual. E não se tem notícia de manutenção e limpeza das galerias existentes, principalmente as da rua Elviro Mancini e a da avenida Rosário Congro, que começa na Lagoa Maior e chega na confluência da mesma Elviro Mancini.
De tão latente, o problema deságua em um dilema: investir em drenagem com recursos próprios, executando obras em lotes, ou endividar a prefeitura em bancos para o lançamento de um macroprojeto? Em lados claramente opostos, Câmara e prefeitura não se entenderam sobre o assunto, em uma tentativa do Executivo para a aprovação de empréstimo, em 2018.
Em uma ou em outra solução, a execução das obras vai exigir mais do que dinheiro. Será preciso empenho e um projeto irretocável. Algo tão difícil, nestas circunstâncias, quanto a decisão sobre usar dinheiro do caixa da prefeitura ou tomar emprestado.