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Perspectiva

O Estado e a Pandemia

Pollyanna Gondin, tutora di curso superior de Blockhain, Criptomoedas e Finanças na era Digital da Uninter
Pollyanna Gondin, tutora di curso superior de Blockhain, Criptomoedas e Finanças na era Digital da Uninter

Qual o papel do Estado frente à pandemia?

Bom, essa pergunta se torna um tanto quanto complexa se analisarmos a nossa atual conjuntura. Entretanto, fácil de ser respondida.

Para começar a analisar, é importante diferenciar crescimento de desenvolvimento econômico. Quando nos referimos ao aumento da produção em valores monetários, estamos abordando o conceito de crescimento econômico, que de modo geral, é calculado através do PIB (Produto Interno Bruto). Por outro lado, questões relacionadas a melhores condições sociais para a população, dizem respeito ao desenvolvimento econômico. Assim, é possível promover crescimento sem gerar desenvolvimento, ou seja, sem gerar melhores condições de vida para a população.

O cenário que vivemos causa preocupação em todos os sentidos. Primeiro, mesmo antes da pandemia, já existia uma preocupação com a baixa expectativa de crescimento econômico. Segundo, se pensarmos nas questões sociais, aí esta preocupação aumenta. A aceleração do desemprego e o aumento do emprego informal, a lotação dos hospitais e a existência de várias mazelas em nosso país, que neste momento, estão deixadas, ainda mais de lado, gera um abismo social e a concentração de renda, cada vez maior, nas mãos de poucos.

Mas o que pode ser feito?

Domingo, 26 de julho, seria comemorado o centenário de Celso Furtado, economista de grande renome. Desse modo, várias ações estão sendo feitas para homenagear este brilhante intelectual, que dentre suas pesquisas, abordava o desenvolvimento econômico e o papel do Estado. Segundo Celso Furtado, a condição de país subdesenvolvido revela uma industrialização dependente brasileira, de modo que, para superar esse subdesenvolvimento, seria necessária a atuação do Estado.

Assim, na mesma direção de Furtado, neste momento, diante do colapso social, o Estado brasileiro, deveria atuar de modo mais ativo, realizando políticas para a defesa do bem-estar social. Muitos, ao ler esta matéria vão dizer que isso seria um Estado assistencialista, pejorativamente falando. Entretanto, devemos lembrar que o objetivo de um Estado é diferente de uma empresa que requer lucratividade. O Estado, tem como premissa básica o desenvolvimento e crescimento econômico, sendo seu dever fornecer condições básicas para uma vida digna.

Então, qual seria o papel do Estado brasileiro frente à pandemia?

Fornecer apoio à toda a sociedade! E quando falamos em sociedade, incluímos as empresas, para garantir sua funcionalidade e o emprego. Trabalhadores também são incluídos, de modo a assegurar o consumo que impacta no crescimento econômico e na manutenção das empresas. A população à beira da miséria, sendo papel do Estado garantido na nossa Constituição. As universidades e suas pesquisas, tão necessárias e relevantes para o desenvolvimento econômico. Assim, percebemos que existe um caminho que pode ser traçado para que a economia brasileira consiga passar por este momento: participação ativa do Estado brasileiro na economia, com políticas e ações para garantir o seu funcionamento.