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Editorial

O risco da febre maculosa eclodir na Lagoa Maior

Leia o Editorial, da edição do Jornal do Povo, deste sábado (17).

Leia o Editorial, da edição do Jornal do Povo, deste sábado (17). - Divulgação
Leia o Editorial, da edição do Jornal do Povo, deste sábado (17). - Divulgação

As quatro mortes registradas em Campinas causada pela febre maculosa em uma fazenda onde se realiza eventos, faz acender a luz de alerta aqui em Três Lagoas. Há alguns anos por ação e obra e não se sabe de quem, capivaras começaram a aparecer no entorno da Lagoa Maior, proliferando com a peculiaridade que lhes é própria. Recentemente, mais de duzentas capivaras foram removidas para o Parque Ambiental do Pombo de propriedade do município de Três Lagoas, assim como alguns jacarés foram para uma área da fazenda Cisalpina. Essa remoção já soou como um alerta dos perigos que podem causar.

O certo é que não há como impedir a procriação e multiplicação destes animais silvestres, que passaram a conviver com os frequentadores da Lagoa Maior e seu entorno. Hoje segundo estatísticas, mais de setenta animais dessa espécie fazem da Lagoa Maior sua “moradia”. Diante das quatro mortes registradas na cidade paulista por causa da febre maculosa, obrigatoriamente, se impõe uma avaliação.

Devem ou não essas capivaras ser removidas na sua totalidade do entorno da Lagoa localizada na região central da cidade? Essa Lagoa Maior é um dos pontos de maior atração turística da cidade, lugar de lazer e sob medida para prática diária de exercícios físicos, incluída, a caminhada. Tanto é que existe uma pista de 2.550 metros de extensão para essa finalidade. Enfim, pessoas de todas as idades por ali circulam e não podem ficar privadas da prática de seus hábitos saudáveis, como também, não podem ser surpreendidas e nem submetidas aos perigos de ataque ou infecção da doença transmitida pelo carrapato – estrela, agente transmissor da febre maculosa. O fato é que a população da cidade pode correr risco de ter que conviver com uma endemia causada por essa doença, caso não seja diagnosticada a tempo e que pode matar, embora não seja transmissível por contágio.

As capivaras estão transformando a nossa maior atração turística em área de risco. E por conta dessa circunstância, teremos que avaliar os riscos e benefícios para frequentar esse local. Onde chegamos? Embora, seja pequeno o risco desta bactéria se espalhar pela cidade, através do carrapato estrela há de se fazer uma avaliação e analisar a conveniência ou não em se manter as capivaras onde estão, porque podem causar sérios e graves danos à saúde pública, caso insistam em mantê-las numa convivência obrigatória com os habitantes da cidade. Milhares de pessoas circulam a pé pelo entorno da Lagoa Maior e não há estudos que avaliem possíveis fatores que envolvam o deslocamento de hospedeiros dessa bactéria com carrapatos infectados.

Por ser turno, não se vê ações das vigilâncias sanitárias do município e nem do Estado, preventivamente, alertando as pessoas com ações educativas e de informação sob a possibilidade de haver a presença desse vetor no ambiente da Lagoa Maior. Portanto, acredita-se que passa da hora em se avaliar os riscos e benefícios em se manter no na Lagoa Maior essas capivaras, cujo habitat, desde os tempos passados, não contava com suas presenças.

Certamente, foram introduzidas por desconhecidos. E como se multiplicam em grande número, indiscutivelmente, podem contagiar pessoas com a febre maculosa através do carrapato estrela, colocando em risco a saúde pública. As quatro mortes em Campinas servem de alertas para nossas autoridades e para a comunidade que não pode ficar indefesa de contágio com a bactéria que causa a febre maculosa.