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Operação Resfriamento apreendeu quase R$ 500 mil e carros de alto valor no sul de MS

A ação descobriu esquema de "resfriamento" de veículos com documentação irregular que movimentou R$ 17 milhões

Dinheiro e documentos apreendidos - Divulgação
Dinheiro e documentos apreendidos - Divulgação

A “Operação Resfriamento” deflagrada nesta terça-feira (9), pela Polícia Civil, por meio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) divulgou o balanço da ação realizada contra um esquema de propina para regularização de veículos na agência do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS) da cidade de Juti. 

Foram presos o servidor público da agência, que teria sido responsável pelas liberações irregulares dos veículos, e o despachante que intermediou o processo.

Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Juti e Dourados, tendo sido apreendidos, além de documentos, elementos de prova, quatro automóveis, duas motos; R$ 153.232,40 e R$ 307.795 em diversos cheques.

Os presos foram ouvidos e levados para a cela. Segundo a Polícia Civil, o prazo da prisão temporária é de 5 dias, podendo ser prorrogado por igual período ou até convertida em preventiva.

Intitulada como “Operação Resfriamento”, em referência ao processo indevido de regularização dos veículos, a ação recebeu apoio da Corregedoria de Trânsito do Detran, Delegacia Regional de Fátima do Sul e a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron). 

O esquema

Segundo a investigação, os documentos veiculares eram emitidos na agência do Detran de Juti até mesmo para veículos de outros estados. No esquema, os veículos eram “regularizados” com o uso de documentos falsos e pagamento de propina a servidores, sem nunca terem passado por vistorias de segurança ou mesmo ingressado no estado. 

Conforme inquérito policial, foram regularizadas duas carretas com quatro eixos, sem a devida apresentação do Certificado de Segurança Veicular (CSV), quando também era terminantemente proibida a circulação de veículos de quatro eixos. 

Além das irregularidades, os investigadores descobriram que os proprietários dos veículos residiam fora do estado e que foi utilizado endereço falso para a efetivação da fraude.

Para a Polícia Civil, mesmo com um endereço fraudulento da cidade de Dourados e inúmeras outras irregularidades, a agência permitiu a emissão dos documentos dos veículos.

Segundo a investigação, o processo foi intermediado por um mesmo despachante, com escritório na cidade de Dourados. 

Ainda estão sendo investigados inúmeros outros veículos que teriam sido regularizados indevidamente na agência de Juti.