A pobreza ainda é um problema grave em muitas partes do mundo e a fórmula até então usada no combate a ela, sobretudo na América Latina através de políticas de redistribuição forçada de renda, já demonstra que não é a melhor solução, como indicam estudos recentes do Banco Mundial.
No momento que o Brasil discute que caminho tomar para retomar o crescimento, é importante ressaltar que não existem milagres nem atalhos, apenas o reequilíbrio das contas públicas com a consequente recuperação dos investimentos privados e a ampliação da competitividade nacional, que são capazes de gerar as melhores condições para uma legítima redistribuição de renda. Sendo assim, o empreendedorismo é um dos fatores-chave para o desenvolvimento econômico e se torna uma das ferramentas mais viáveis para tirar as pessoas da pobreza.
Entretanto, esbarramos na questão cultural, já que não fomos criados para ser empresários, mas sim assalariados. Quantas vezes, na escola, se estudou sobre finanças, administração ou marketing? A falta de conteúdo nesse sentido dificulta a formação de crianças e jovens com habilidades empreendedoras e uma visão de planejamento de longo prazo, uma característica fundamental para o mundo do negócios.
Uma das saídas para enfrentar este problema é o modelo empresarial do franchising, que tem entre suas opções a microfranquia, um formato que requer baixo investimento e conta com a possibilidade de financiamento para a sua aquisição pela classe média emergente.
Trata-se de franquias de até R$ 105 mil, incluídos o capital para a instalação, taxa de franquia e capital de giro, como definidos pela Associação Brasileira de Franchising – ABF. De maneira geral, estas microfranquias estão situadas no segmento de serviços e muitas vezes não necessitam de ponto comercial, nas quais o próprio franqueado é o principal operador, requerendo poucos ou mesmo nenhum funcionário.
A importância desse modelo se justifica pelo crescimento do poder aquisitivo das classes de menor renda, já que o investimento inicial médio, segundo a ABF, varia entre R$ 44 mil e R$ 54 mil e em um levantamento realizado em 2018 revelou que 29% destas unidades demandam em média de 12 a 18 meses para obter o retorno sobre o investimento.
De acordo ainda com dados da entidade, em 2012 havia 368 redes de franquias no formato micro e, em 2020, este número atingiu 562, o que representa um aumento de 52% em oito anos. Destes, um total de 63% operam apenas neste formato de baixo investimentoo. Esses números não são apenas representativos, mas ilustram como é possível promover o desenvolvimento econômico através de modelos comerciais que podem ser replicados por pessoas na base da pirâmide socioeconômica, desencadeando oportunidades para aqueles que não têm habilidades empresariais fundamentais a alcançar autossuficiência econômica através da disponibilidade de negócios bem sucedidos.
Com a atual crise no Brasil e uma legião de pessoas desempregadas, mais de 14 milhões, há um potencial enorme para que o encontro entre as partes promova de fato um avanço social. O franchising, com sua solidez e segurança em oferecer processos de gestão já certificados e consolidados, é então a opção mais atraente para se tornar empreendedor, haja visto as vantagens ligadas à redução de risco que apresenta.
E nos últimos anos, com o advento das microfranquias, que são mais acessíveis e tem um prazo de retorno menor, é uma escolha ainda mais segura para buscarmos o desenvolvimento econômico e avançarmos nos índices sociais, minimizando ou até zerando a problemática da pobreza que assola o Brasil e outros países mundo afora.