Luiz David Figueiró, superintendente da Pesca e Aquicultura em Mato Grosso do Sul, esteve em Paranaíba, na Colônia de Pescadores Z-12, para conversar sobre a participação de 22 famílias de trabalhadores no Parque Aquícola de Ilha Solteira, localizado em Aparecida do Taboado.
José Joaquim Trindade, presidente da Colônia, recepcionou Figueiró e manifestou o interesse de vários outros pescadores no projeto. Os contemplados com uma área em parque aquícola deverão se preparar para a instalação de seus tanques-redes ainda neste semestre.
Com o intuito de auxiliar os pescadores pretende-se criar um comitê gestor, com todas as autoridades da região, para organizar a implantação do Parque. A Colônia de Pescadores, como representante legal, será responsável pela organização da participação deles na sociedade. O comitê, conforme explicou o superintendente, servirá para organizar cursos e capacitação, além defender os interesses dos pescadores. Este comitê contará com membros de diversos órgãos: Prefeitura, Câmara Setorial da Piscicultura do Estado, Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) e a própria Superintendência da Pesca. “Através da Colônia a gente faz esses contatos para que possa depois ter um resultado positivo e de quem cobrar também, porque é um órgão representativo muito forte”, disse.
O parque aquícola é formado de áreas delimitadas. Depois de estudadas pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), o Ministério da Pesca requereu as áreas ao Departamento do Patrimônio da União, sendo demarcadas para cultivar peixes de diversas espécies. Figueiró destacou que a criação de peixes está sendo reconhecida pelo Governo brasileiro como uma atividade importante.
O espaço para o pescador no parque aquícola foi concedido a título “não oneroso”, após uma pré-seleção, que atendeu diversos critérios técnicos. “É uma concorrência, que tem pré-requisitos a serem preenchidos. A gente agora está querendo que eles produzam; aqueles que não produzirem e não assumirem a sua área, consequentemente, terão o seu local disponibilizado para outro pescador”, esclareceu.
A cadeia produtiva de pescado no Brasil, principalmente no Mato Grosso do Sul, ainda é muito carente, segundo Figueiró. O trabalho da Superintendência Federal da Pesca tem sido intenso para organizar a atividade, pois a maioria da produção tem sido exportada para os estados vizinhos in natura. Ainda de acordo com o presidente, a pretensão é fazer com que seja criado um frigorífico de peixe para processar o material e agregar valor no Estado. “Queremos que este dinheiro fique aqui em nosso Estado e contribua melhor para a sociedade”, frisou.
As licenças de Instalação e Operação e Ambiental foram liberadas para o funcionamento do parque, no entanto, ainda é preciso acertar detalhes de infraestrutura, como, por exemplo, instalações dos tanques-redes e acessos.
“Nós moramos em um mar de água doce. Aqui, há milhões e milhões de metros cúbicos de água, e estamos aqui importando peixe do Vietnã e da China. Mato Grosso do Sul produz pouco pescado. No Nordeste, onde não tem água, eles produzem peixe em água de chuva e são os maiores produtores de pescado de água doce do Brasil. Nós temos realmente que aproveitar esse potencial que está aí”, finalizou.