No final da tarde desse último sábado (6), uma postagem de um pastor evangélico, feita em uma rede social, gerou polêmica em Paranaíba. O dirigente, líder de um respeitado movimento que tem como objetivo a evangelização de detentos do Presídio de Paranaíba postou em uma rede social fotos de uma de suas recentes ações no estabelecimento prisional.
Nas fotos, postadas originalmente no dia 27 de julho em seu perfil pessoal, o pastor aparece orando, cantando e conversando com vários detentos. Mas, o que chamou a atenção foi que, no último dia primeiro de agosto, em uma das fotos postadas pelo pastor, um atual interno compartilhou e fez um comentário: “TMJ”, que em abreviatura utilizada pelos internautas quer dizer “Estamos Juntos”, revelando o uso de celulares, internet e redes sociais por alguns internos.
O print – registro fotográfico do comentário – rapidamente se espalhou nos grupos do aplicativo whatsapp, gerando debate. “Aqui fora a gente não consegue fazer ligação e nem usar a internet, mas lá dentro parece que a conexão é boa.”, ironizou um usuário do aplicativo ao compartilhar a imagem.
Em uma rápida busca, foi comprovado que, mesmo sendo interno do sistema prisional desde o dia 22 de maio, quando foi preso por tráfico de drogas, o homem mantém seu perfil em uma rede social – Facebook – ativo, com várias postagens e atualizações diárias.
Em várias destas atualizações ele conversa com outros internautas que, em resposta a seus comentários e postagens, dizem estar o aguardando aqui fora; compartilha fotos das reuniões que acontecem com freqüência no presídio de Paranaíba e aparece em várias postagens com detentos e outros pastores, além do pastor responsável pela evangelização.
Em outras postagens, o detendo escreveu mensagens bíblicas, “bom dia”, “Confesso que assisto Patati Patatá”, além de textos e reflexões. A última atualização do perfil do interno havia sido feita 12 horas antes da publicação desta reportagem.
Procurada, a Polícia Militar de Paranaíba, informou que que o responsável por repassar informações aos veículos de imprensa e comentar o assunto seria um outro policial, que não se encontrava na base no momento. A posição foi passada por um soldado PM que se identificou apenas Fernando, que estava em plantão no número de emergência 190, no sábado (6), às 19h.
Em contato com a Polícia Civil, o investigador Betuel Jéferson Fernandes dos Santos, disse que o caso do uso de internet por alguns detentos já estava sob investigação.