Com o objetivo de combater a violência em escolas públicas, em Três Lagoas, a “Patrulha Escolar” do 2º Batalhão da Polícia Militar iniciou ações preventivas em algumas unidades educacionais, nesta semana. A equipe realiza visitas, registra ocorrências envolvendo estudantes, ministra palestras, além das rondas do lado de fora. “A presença da polícia dentro da escola ajuda a inibir a prática de crimes, brigas, badernas, além de estabelecer contato direto com professores, diretores e alunos”, explicou o comandante e tenente-coronel James Magno.
Ele ressalta que uma das principais preocupações é com o aliciamento de menores e o tráfico de drogas, crimes que já resultaram em ocorrências, no município, inclusive, registrados pelos próprios educadores. “O projeto foi criado diante da demanda e para atender as necessidades das escolas, que já enviaram várias solicitações requerendo policiamento mais intenso dentro e fora. Inicialmente, apenas uma equipe realiza esse monitoramento”, explicou.
Ele pontua ainda que não é possível atender todos os pedidos. Dessa forma, a Patrulha Escolar tem atuado em horário específico – das 7h as 13h30 – em escolas estaduais. Um mapeamento das unidades escolares, segundo Magno, é feito para identificar quais apresentam maiores índices de ocorrências.
CASOS
Na lista de casos que foram parar na delegacia também ha ameaças entre estudantes e contra professores, badernas e furtos. “Se tiver alguma situação relatada pela diretoria vamos efetuar a prisão, se necessário. Pretendemos estabelecer uma relação direta com a comunidade para diminuir os casos, como esses, nas salas de aula”, observou o coronel.
Para a coordenadora regional de Educação da rede estadual, Marizeth Bazé Kiil, a ronda escolar é de extrema importância levando em consideração os fatos ocasionados nas portas das unidades. Um deles é a comercialização de entorpecentes, por exemplo. Ela diz que muitos alunos deixam as salas e passam a frequentar bocas de fumo, que estão ao redor da escola. “Muitas vezes flagramos alunos escondidos ou até mesmo fingindo que vão estudar, no entanto, ficam em grupo consumindo drogas”, contou.
Aliciador finge ser tio de aluna e acaba preso
O aliciamento de menores corresponde a 30% do total de ocorrências registradas nas escolas estaduais. De acordo com a coordenadora regional de Educação da rede estadual, Marizeth Bazé Kiil, este tipo de crime tem aumentado e gera preocupação em educadores como aos pais. Um homem, de 30 anos, acabou preso neste ano após fingir ser tio de uma adolescente, de 17 anos.
A coordenadora relatou que o suspeito levava a estudante à escola todos os dias. “Ele entrava na escola com a menor e tinha um comportamento estranho. Até que, um dia, uma professora percebeu que havia algo diferente e pediu para chamar a polícia”, contou.