A Secretaria de Justiça e Segurança Pública já deve ter recebido o projeto para a formação do Pelotão de Choque em Três Lagoas. Segundo o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Washington Geraldo de Oliveira, o levantamento foi realizado pelo Comando Geral da PM e prevê o investimento de R$ 600 mil para a aquisição dos equipamentos necessários para o grupo tático.
“Como se trata de um policiamento especializado. Todos os equipamentos são diferenciados. Desde fardamento, armamento, capacetes, escudos, bombas de efeito moral, balas de borracha e assim por diante. Nós temos alguns [equipamentos] aqui, porém são antigos e insuficientes”, completa Geraldo.
O comandante explicou que, por enquanto, não há expectativa de quando o recurso será liberado pelo governo do Estado. Mas garante: “assim que os equipamentos forem adquiridos, o Pelotão de Choque estará pronto para agir”.
O Pelotão será composto por uma média de 30 policiais militares, maioria pertencente a outro grupo tático: a Rondas Táticas do Interior (Rotai). Geraldo explica que, na Rotai são 20 homens, todos com diversos cursos na área de contensão de distúrbios civis e gerenciamento de crises. “Os policiais da Rotai são capacitados para o Choque. Todos contam com alguma de qualificação, quando não mais de uma. Para se ter uma base, boa parte deles fez o curso da Força Nacional; 40% têm o curso Raio e outra boa parte participou de treinamentos da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais)”, disse.
O CHOQUE
Para o comandante do Batalhão, a formação do Pelotão de Choque em Três Lagoas se faz mais que necessária. Ele explica que o grupo tático é especialmente treinado para controlar situações de conflito, como multidões e manifestações violentas. “O Pelotão de Choque não fará policiamentos pela Cidade. Ele entrará em ação somente em situações de extrema necessidade, como rebeliões, greves ilegais, ou manifestações violentas”, completou. O exemplo mais recente da falta do grupo especializado faz foi numa greve de mais de dez mil trabalhadores, ocorrida no ano passado.
A criação do Choque no Município foi anunciada pelo comandante geral da PM, coronel Geraldo Garcia Orti, durante uma visita a Três Lagoas, realizada em dezembro do ano passado. Na época, ele também confirmou a necessidade de uma reação forte e rápida em casos de conflitos na Cidade.
PLANEJAMENTO
Além do Choque, o comandante do 2º BPM também prevê a realização de pelo menos mais três cursos de formação de soldados. “Atualmente, temos um déficit de policiais de mais de 50%. Temos que pensar no futuro. Dentro de cinco anos, isto aqui [Três Lagoas] será um ABC Paulista. Este planejamento é para ontem.”, disse.
Geraldo informou que pretende, em menos de dois anos, conseguir que o número de policiais do batalhão – responsável pela segurança de outras quatro cidades: Água Clara, Santa Rita do Pardo, Selvíria e Brasilândia, fora outros dois distritos – atinja a média de 400 a 500 militares. Para isto, cada curso de formação deverá contar com 50 futuros policiais.
A expectativa também é de que neste período, a frota da PM também chegue a 16 veículos e a Cidade conte com duas equipes da Rotai diariamente. “Até agora tenho conseguido, espero que continue assim”.
O comandante acredita que, encerrando o curso de formação de policiais em andamento, outro seja aberto quase em seguida. A formatura está prevista para junho deste ano. Já o novo curso deve começar no mês de agosto, segundo previsão do tenente-coronel.