Desde o ano de 2019 a Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas, vem desenvolvendo projetos para a ressocialização dos internos, um deles é a psicultura para fins de alimentação. Somente nesses 3 anos e meio, aproximadamente 2 toneladas de peixes já foram produzidos no interior do presídio, destinados ao consumo interno.
A proposta de implantar a piscicultura no presídio foi da própria direção da unidade e surgiu da busca por novas tecnologias sociais de desenvolvimento humano, com vistas à economia de recursos e aproveitamento do trabalho prisional. No local, são cultivadas as espécies Tilápia, Pacu, Piauçu e Pintado.
A principal característica inovadora consiste no uso e reuso consciente da água, que passa por sistemas de aspiração, filtragem, decantação, recirculação e oxigenação, adaptados com objetos do cotidiano (tambores tipo bombonas), que tornam a produção autossuficiente e biosustentável. Pelo sistema implantado, os dejetos dos peixes (ricos em amônia e nitratos) são absorvidos pelas plantas aquáticas e horta orgânica, propiciando as trocas de elementos químicos. Assim, essa mesma água retorna para a piscicultura “renovada em oxigênio” e sem impurezas. Outro diferencial se refere ao tanque dos peixes, feito em alvenaria, relativamente pequeno e em forma circular com capacidade de mais de 30 mil litros de água, com estimativa de criação de até uma tonelada de peixe em sistema intensivo a cada 10 meses, com retirada de peixes (despesca) de forma escalonada, respectivamente durante todo o período.
O projeto integra e complementa o Programa Permanente de Sustentabilidade e Coleta Seletiva, que envolve, além desse, outros projetos como a horta orgânica, e reciclagem. De acordo com o diretor da Penintenciária de Segurança Média de Três Lagoas, Raul Augusto, além de ressocialização, o projeto contempla várias vertentes no ramo ambiental.
"Esse projeto contempla várias vertentes no campo da sustentabilidade ambiental, coleta seletiva, residuos organicos e inorgânicos dos peixes, que acabam servindo para nutrir as plantas em outros projetos desenvolvidos aqui. Nós percebemos que além disso, o convívio dos detentos melhoraram após a iniciativa dos projetos", disse Raul.
Confira a reportagem abaixo: