A Polícia Federal cumpre, nesta quinta-feira (9), 20 mandados de prisão preventiva em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo, durante a operação “Nevada”, deflagrada para combater uma organização criminosa voltada ao tráfico transnacional de cocaína e lavagem de ativos.
Ao menos 168 policiais também cumprem sete mandados de condução coercitiva, 31 de busca e apreensão, além de 47 de sequestro de veículos nos municípios de Campo Grande, Bonito, Bodoquena, Rondonópolis, São Paulo, Guarulhos, Suzano, São Bernardo do Campo Grande e Guarujá. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal de Campo Grande.
Em julho de 2014 foi instaurado na Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, inquérito policial o qual detectou o modo de operação da organização criminosa, que coordenava a interiorização em território brasileiro. Isso era feito por meio da zona rural de Porto Murtinho, com carregamentos de cocaína vindos da Bolívia, sendo a droga armazenada em fazendas localizadas na região e escoadas por meio de caminhões e caminhonetes para destinatários no estado de São Paulo.
Durante a investigação criminal, foram realizadas oito prisões em flagrante, com a apreensão de aproximadamente 778 kg de cocaína, o valor de US$ 2,2 milhões, R$ 38 mil, uma pistola calibre 9mm, dois revólveres calibre 38, munições calibre 38, 9mm e de fuzil calibre 5,56 mm.
A operação foi batizada de “Nevada”, em referência ao endereço de residência dos líderes da organização criminosa em Campo Grande.
Os lucros auferidos com a atividade criminosa eram movimentados, em sua grande maioria, por meio de um “testa de ferro”, proprietário de loja de compra e venda de veículos na cidade. Foi identificada no curso da investigação a compra de bens imóveis cujos valores ultrapassam R$ 5 milhões, além de veículos de luxo, alguns avaliados em mais de R$ 400 mil, em concessionárias de Campo Grande. De acordo com a PF, o “testa de ferro” da organização teria movimentado mais de R$ 14 milhões, somente entre os anos de 2010 e 2014.
Os presos serão encaminhados para a Superintendência da PF em Campo Grande, bem como os materiais objetos das buscas e apreensões.