Ao menos 16 placas de sinalização de trânsito são furtadas por mês das rodovias federais que cortam Três Lagoas, BR-262 e BR-158, e ainda da avenida Ranulpho Marques Leal, trecho do perímetro urbano que liga a cidade ao Estado de São Paulo. A manutenção e a substituição dessas placas custaram aos cofres públicos R$ 150 mil, por exemplo, somente no ano passado, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Representa por mês, gasto médio, de R$ 12,5 mil, ao longo de 600 quilômetros de malha viária.
Curiosamente, os objetos subtraídos são utilizados para a fabricação de churrasqueiras e até para cobertura e proteção de imóveis. Apesar de não haver câmeras de segurança nas rodovias, os postes de alumínio onde são afixadas as placas são retirados completamente, o que indica que são usados para a produção de diversos objetos. “Estamos falando de um material forte, resistente, de zinco, que simplesmente desaparece das vias. Com certeza é usado para muita coisa”, pontuou o chefe regional do Dnit em Três Lagoas, Milton Marinho.
Ele explica que os fiscais monitoram constantemente as estradas e percebem os furtos nos pontos de sinalização. Quando constata a situação, segundo Marinho, um boletim de ocorrência é registrado na Polícia Rodoviária Federal (PRF). Em alguns casos, há motoristas que relatam flagrantes. “Estava trafegando pela BR-262, de madrugada, e vi dois homens retirando o poste com a placa e colocando na caminhonete”, relatou Lair de Souza, de 55 anos, que trabalha como motorista de uma transportadora.
Estragos por conta de acidentes e temporais, por exemplo, também são registrados, mas em menor número. Marinho ressalta que o material adquirido é caro e que falta conscientização das pessoas quanto as responsabilidades com a malha viária.
PRISÃO
De acordo com a Polícia Civil, se um ladrão for processado e condenado por furto poderá pegar de dois a quatro anos de prisão. O chefe do Dnit disse que “poucas vezes” o órgão conseguiu flagrar e saber quem cometeu o furto. Ele considera alto o valor gasto com a manutenção da sinalização vertical e destaca que, além do furto, quem lidera o ranking é o vandalismo. “Para se ter uma ideia, há placas perfuradas por disparos de arma de fogo”, revelou.
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