Três Lagoas ao longo dos anos cresce sem as amarras do planejamento pré-vio e como consequência a cidade se expande por todos os lados, encarecen-do para o poder público a prestação de serviços essenciais à população. Es-colas, creches, postos de saúde, asfalto e tudo mais que implica em infraestrutura urbana impactam os cofres da municipalidade, quando obrigatoria-mente são implantadas em áreas distantes.
Sem contar, que somos deficientes em transporte urbano, limpeza pública e coleta de lixo, as quais são periódicas nos bairros mais afastados da região central. Enfim, a cidade merece um planejamento para o futuro para que seu crescimento seja mais adensado, ordenado e a expansão desordenada contida. Essas circunstâncias limitadoras redundarão substancialmente em ganhos na qualidade de vida da sua população.
Os desafios não são pequenos, e entre tantas providências a serem adotadas, inclusive, a questão da moradia, uma vez que programas de construções de casas populares, o município não os tem e há anos não constrói moradias para atender a população de baixa renda. Aliás, há de se registrar que a construção de conjuntos habitacionais populares de apartamentos, mostrou-se iniciativa que cria graves problemas sociais.
As incon-táveis situações que envolvem o convívio social, o relacionamento entre vizinhos e as consequências destes desajustes, acarreta na maioria das vezes intervenções de ordem policial, evidencia que essa modalidade de programa de construção de moradias populares não é a mais recomendada para uma cidade como Três Lagoas, que dispõe de imensas áreas vazias para essas construções.
O planejamento urbano indubitavelmente proporciona melhoria de qualidade de vida para a população. Permite a elaboração de estudos técnicos que en-volvem desde a implantação de obras de infraestrutura de uma cidade até o estabelecimento de como serão ocupadas suas áreas vazias, definindo como, quando e porque deve se dar o estabelecimento do regramento da expansão urbana. Se nas cidades vivemos dentro do perímetro urbano é claro que este deve ser o mais acolhedor e retratar a sua grandiosidade, além de espelhar no seu ordenamento o nível de desenvolvimento e os índices de qualidade de vida da sua população.
Os desafios para o planejamento urbano de Três Lagoas não são poucos. Num raio de cinco quilômetros, temos grandes vazios dentro do perímetro, se apontar direção para aqueles bem próximos da área central da cidade. Na atualidade a prefeitura constrói um prédio de grandes dimensões para abrigar a feira livre da cidade, dotado de toda infraestrutura de funcionamento e apoio aos que ali se estabelecerão. Mais adiante, constrói a feira do produtor, outro grande prédio. Duas inciativas que evidenciam a vontade de realizadora do atual administração municipal. Mas uma indagação paira no ar, como se dará a ocupação da área do antigo leito da linha férrea da NOB ao longo da avenida Rosário Congro. Quais estudos estão sendo feitos para sua ocupação.
Tornar-se-á área verde? Serão implantados equipamentos comunitários de uso comum da população? Será discutido com a população a sua destinação? Existe algum projeto em fase de concepção por escritório de planejamento urbano, especializado em estudar a ocupação de áreas públicas, transformando-as em pontos de atração e embelezamento de cidades? Três Lagoas precisa ser pensada para a sua expansão e ocupação de suas áreas urbanas. É imperativo planejar para urbanizar.