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Plano de Ação Sustentável projeta Três Lagoas para 30 anos

Levantamento feito por profissionais de vários segmentos vão apontar os principais problemas e soluções para cidade

Márcia Moura destacou a importância do estudo para o desenvolvimento da cidade, durante o seminário  - Cláudio Pereira
Márcia Moura destacou a importância do estudo para o desenvolvimento da cidade, durante o seminário - Cláudio Pereira

Três Lagoas terá um levantamento detalhado por setores e um plano de investimentos de obras e ações de melhorias em cada área da cidade, segundo prevê o Plano de Ação Sustentável, atualmente em elaboração por meio de uma parceria da prefeitura da cidade com a iniciativa privada.  

A prefeitura sempre teve dificuldades para elaborar projetos devido ao custo e por não possuir  equipe técnica especializada. Instituições financeiras geralmente liberam recursos apenas para projetos detalhados. 

A partir do final deste ano, Três Lagoas, no entanto, não terá este problema porque contará com um diagnóstico da cidade detalhado por setores.
O levantamento será feito por profissionais de vários segmentos, que vão apontar os principais problemas de Três Lagoas, bem como soluções para o desenvolvimento sustentável.

A partir dessa etapa, a prefeitura poderá elaborar projetos visando a captação de recursos para a execução de obras consideradas importantes. Fontes de financiamentos serão indicadas no projeto.

A equipe será responsável pela execução do Plano de Ação Sustentável, que visa discutir os problemas e oportunidades, observados a partir das dimensões: ambiental e mudança climática, urbana, fiscal e governança. A equipe também será responsável pela revisão do Plano Diretor Participativo de Três Lagoas.

O Plano de Ação e a revisão do Plano Diretor Participativo foram orçados em R$ 1 milhão e serão financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Instituto Votorantim e a empresa Fibria, e conta com o apoio da prefeitura.
Nesta quinta e sexta-feiras foi realizado o Seminário de Diagnóstico que integra primeira etapa de trabalho do plano, iniciado em março, como ação do Programa de Apoio à Gestão Pública.

De acordo com Luís Campos, do Instituto Votorantim, o diagnóstico terá 120 indicadores, que vão apontar como a cidade deve crescer e se desenvolver nos próximos 30 anos.
Segundo a especialista em Desenvolvimento Urbano do BID, Márcia Casseb, Três Lagoas foi inserida no projeto para busca de uma qualidade de vida melhor à população. “Esse projeto é uma iniciativa do Banco e nasceu em 2011, com a metodologia para apoiar as cidades médias a construírem uma caminho para a sustentabilidade, para que não se tornem cidades maiores, com problemas. É um processo com várias fases. Começamos com o diagnóstico, até chegarmos a um plano de ação e investimentos a curto, médio e longo prazo”, destacou.

ESCOLHA
A escolha de Três Lagoas, segundo ela, partiu do instituto, que buscou o banco, conhecendo a metodologia, e o convidou para participar de um projeto de apoio à gestão pública, em parceria com a Fibria, no projeto Horizonte 2. “Três Lagoas está dentro de um ranking de cidades em que a metodologia é aplicável, geralmente entre cem mil a dois milhões de habitantes. Houve uma sinergia positiva para que o projeto viesse para cá”, explicou.

Em síntese, Márcia disse que a cidade terá um estudo qualificado. “Com esse plano, a população e o governo poderão construir um futuro melhor. É um trabalho técnico, que vai levar de oito a nove meses, mas que depois, a sociedade pode se mobilizar para que se torne uma realidade”, adiantou.

O coordenador do projeto, José Leandro de Rezende  Fernandes, disse que o levantamento foi iniciado com a coleta de informações junto a entidades. Uma pesquisa de opinião pública também será realizada, a partir de maio. “Vamos fazer uma ‘semaforização’ dos temas que estamos discutindo. Nas cores amarelas, basicamente são temas que o município precisa ter atenção para não virar vermelho. Já os temas indicados na cor vermelha são os que o município tem de buscar alternativas para melhorar, com vistas a um desenvolvimento sustentável”, detalhou.

A previsão, segundo José Leandro, é de que os estudos sejam concluídos até o meio deste ano e de que o plano de ação fique pronto até o último trimestre de 2016. 
A prefeita Márcia Moura (PMDB) destacou que a cidade é “agraciada” com a parceria e que saberá como aproveitar a oportunidade de buscar a execução das alternativas que forem apresentadas. “Somos a única cidade que não é capital de Estado a compor o projeto. Isto diferencia Três Lagoas no país”, disse.