Três Lagoas
PMDB trouxe diversas indústrias para o Estado, diz Akira
PMDB viabilizou a expansão econômica de Três Lagoas
Ele tem 40 anos de vida pública, iniciou sua trajetória política em 1969, em Três Lagoas, onde foi vereador por três mandatos consecutivos, até 1982, quando foi eleito deputado estadual, e permaneceu por sete mandatos na Assembleia Legislativa. Em 2010, pela primeira vez saiu candidato a deputado federal e obteve 49.944 votos, ficando como o primeiro suplente do partido. Em abriu desse ano, assumiu a vaga de deputado federal no lugar de Edson Giroto, que se afastou do cargo para assumir a Secretaria Estadual de Obras de Mato Grosso do Sul.
Estamos falando do deputado federal Akira Otsubo (PMDB) que é o entrevistado especial da semana do Jornal do Povo.Nesse entrevista, Akira faz uma avaliação do mandato como deputado federal e avalia o processo que antecede as eleições de 2014.
Jornal do Povo- O senhor está completando sete meses na Câmara Federal, qual a avaliação que faz desse período como deputado federal?
Akira- Avalio o meu mandato como positivo. Isso porque num período curto consegui efetivar várias propostas. Apresentei projetos, viabilizei emendas que garantem mais de R$ 10 milhões para os municípios do Estado, e integro duas comissões importantes: Uma que é a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, e a outra é a Comissão de Finanças e Tributação. São dois colegiados que tem a função de fiscalizar as contas públicas, acompanhar a relação da iniciativa privada com o poder público e competência para cobrar o Governo federal sobre seus atos.
JP-O que o senhor destaca de mais positivo nesse período que está exercendo o cargo de deputado federal?
Akira- Existem várias atividades, é difícil escolher uma, mas vou citar duas. Uma executada, que foi a audiência pública que discutiu a dívida da Enersul com seus clientes. Foi o espaço para que os sul-mato-grossenses soubessem o que estava sendo feito pela empresa. Outra, em fase de elaboração, que ainda falta coletar assinatura de outros deputados para ser apresentada, é a PEC, Proposta de Emenda à Constituição, que reduz a maioridade penal, permitindo que menores recebam a mesma punição de maiores de idade quando cometerem crimes hediondos. Defendo que um adolescente que mata não pode ser punido apenas com a detenção até atingir 18 anos. Ele tem de pagar pelo crime como todo brasileiro. Hoje, quadrilhas estão usando estes menores para acobertar crimes graves. Isso tem de mudar.
JP- Em pouco tempo de mandato como deputado federal, o senhor já conseguiu algumas emendas para Três Lagoas e também para outros municípios ? A população pode esperar mais do senhor enquanto parlamentar?
Akira- Sim, viabilizei, junto com o deputado licenciado Giroto, R$ 6,250 milhões para 13 cidades do Estado, entre elas Aparecida do Taboado, Bataguassu, Brasilândia, Santa Rita do Pardo, Alcinópolis. Do total, são R$ 500 mil para que a prefeitura asfalte ruas do Jardim Atenas. Ao todo já existe a promessa do Governo Federal de empenhar R$ 10,150 milhões, de emendas individuais e o valor colocado no Orçamento da União deste ano chega a R$ 15 milhões. Agora vou buscar nos ministérios e no Palácio do Planalto estes R$ 8,7 milhões para que sejam também assegurados.
JP- O senhor pretende disputar uma vaga na Câmara Federal nas eleições do ano que vem, ou voltar a concorrer uma vaga na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul?
Akira- Não está no meu projeto, mas na política, você sabe, não podemos descartar nada. Não posso dizer que não disputarei porque faço parte de um grupo político, não estou só. Se for necessário para fortalecer o PMDB, tudo bem, concorro ao cargo. Mas, como disse antes, não é um projeto meu.
JP- Existe a possibilidade de uma dobradinha com o vice-prefeito de Três Lagoas, Luiz Akira?
Akira- Sendo candidato, claro que sim.
JP- Como analisa o processo que antecede as eleições de 2014? O senhor acha que o PMDB em Mato Grosso do Sul deve ter candidatura própria ao governo do Estado, ou deve fazer uma aliança com o PT e apoiar a candidatura de Delcídio do Amaral ao governo do Estado?
Akira- O PMDB tem de ter candidatura própria, isso fortalece o partido, aproxima a legenda de suas bases, da população. Além do mais dá condições para que o PMDB dê continuidade a um projeto político-administrativo que tem dado resultados para o Estado. Foi o PMDB que trouxe diversas indústrias para o Estado, viabilizou a expansão econômica de Três Lagoas, fortaleceu e diversificou a economia estadual. Foi na gestão do PMDB que a Petrobras, após muita negociação do governador André Puccinelli, vai colocar em funcionamento uma fábrica de fertilizantes no Estado; temos a indústria da Celulose como a Eldorado e a Fibria. Em Cassilândia está surgindo aindústria da borracha. São muitas conquistas.
JP- O Nelsinho Trad é um forte candidato do PMDB, ou o senhor acha que o partido deve lançar outro candidato para concorrer ao governo do Estado?
Akira- Nelsinho Trad foi um bom prefeito para Campo Grande. Fez a cidade despontar no cenário nacional, obteve recursos federais para obras, a educação foi referência nacional. Teve problemas na saúde, mas esse setor é um problema nacional, que até a presidente Dilma tem dificuldade em resolver. Basta vermos o programa Mais Médico, que enfrenta uma infinidade de dificuldades. Nelsinho Tradacabou dois mandatos com um bom conceito junto à população, com execução de muitas obras e oferecendo qualidade nos serviços públicos. Basta vermos o atual gestor, que ‘travou’ o município, faz com que os serviços públicos se deteriorem.
JP- E como analisa o nome de Simone Tebet como a candidato do PMDB ao Senado?
Akira- De forma positiva. Ela tem nome forte, é a filha do senador Ramez Tebet, que já foi presidente do Senado Federal. Isso é importante porque da respeitabilidade no Congresso Nacional, abre portas em todas as esferas em Brasília. Também não podemos deixar de falar sobre a ótima gestora que foi em Três Lagoas, que lhe deu bagagem administrativa e política para disputar qualquer cargo, além do talento para a oratória, que Simone Tebet domina como poucos.
JP-O deputado acredita na possibilidade de Puccinelli ainda ser o candidato ao senado, e Simone suplente?
Akira- Depende exclusivamente dele, depende apenas do André afirmar se quer ou não ser candidato. É uma decisão muito pessoal. Para o partido seria importante termos ele como candidato em virtude do trabalho já prestado aos sul-mato-grossenses. O governador André Puccinelli é um nome forte e junto com Simone Tebet, ficam muito fortalecidos. Mas, temos de pensar nos aliados, abrir condições para que eles participem conosco do processo eleitoral. Sempre foi desta forma e com certeza continuará a ser a prática do PMDB, que sempre trouxe ganhos para os sul-mato-grossenses.
JP- Nas eleições de 2012, o PMDB perdeu uma das prefeituras mais importantes, a de Campo Grande, para os adversários, o senhor acha que a população está cansada do PMDB, e o partido pode perder o comando do governo do Estado, em 2014 também?
Akira- A população quis mudar em Campo Grande e viu no que deu: cidade em colapso, com serviços públicos precários, sem ter, na verdade, um coordenador para enfrentar os problemas que os afligem. O resultado foi devastador para a cidade e, com certeza, não será diferente no caso do Governo do Estado. Falar, afirmar e acusar é fácil. Administrar e gerir, ao contrário, é difícil. Ser político, sem experiência administrativa pública é um complicador. Por isso a vivência do PMDB conta muito. Na minha opinião, não é a população cansada do PMDB, é o cidadão em busca de mudanças que fez o partido deixar a administração de Campo Grande. O caminho será diferente nas próximas eleições para o Governo do Estado: o PMDB vai sair vitorioso. Tem pessoal capacitado, experiente, articulado com o Governo federal, trânsito livre em Brasília para obter recursos, o que verifiquei agora, como deputado federal. São pontos importantes numa administração pública.
JP- O senhor pretende concorrer novamente à prefeitura de Bataguassu em 2016, ou quem sabe a de Três Lagoas ?
Akira- Como disse antes, também não é meu projeto pessoal, político. Pretendo tocar minhas coisas, ficar mais com a família. Porém, em política você nunca fala que dessa água não beberei. Existem dezenas de fatores alheios a nossa vontade que interferem numa decisão desta importância.