A Polícia Civil de Três Lagoas investiga uma denúncia de que um homem, de 30 anos, atua como médico veterinário sem possuir o registro no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV). A denúncia foi feita há cerca de dois meses por um homem, de 24 anos, que levou sua cachorra para uma consulta e faleceu duas horas após ser medicada.
A vítima registrou um boletim de ocorrência na 1ª Delegacia Polícia Civil de Três Lagoas e o caso está sendo investigado. De acordo com o delegado Paulo Rosseto, foram coletados materiais que comprovam a denúncia. “A investigação ainda está no início, mas até o momento ouvimos algumas testemunhas e já conseguimos algumas provas que mostram que de fato o profissional que atendeu o animal não possui o registro”, afirma.
A dona da cachorra, Priscila Bonato, de 24 anos, relatou em entrevista ao JPNEWS que o falso médico veterinário prescreveu um medicamento em quantidade extra e esta foi a causa da morte. “A bula do remédio aponta que o animal deve ter no mínimo três anos de idade, a minha cachorra tinha apenas 45 dias de vida”, conta.
Conforme Rosseto, apenas médicos com registro no CRMV podem consultar, prescrever remédios e realizar procedimentos cirúrgicos em animais. Se comprovado que o acusado foi o responsável pela morte do animal, pode chegar a ser preso. “A penalidade para o exercício ilegal da profissão vai de 15 dias a três meses, mas agregado a isso pode haver outras irregularidades, como falsidade ideológica que vai de um a três anos de reclusão”, explica. Além disso, o proprietário da empresa deste segmento que efetua esta prática ilegal pode ser punido. “É preciso ter um médico veterinário devidamente registrado no CRMV. Se o estabelecimento comercial não possuir este profissional, o proprietário é punido”.
Este caso, segundo informou Paulo Rosseto, será encaminhado ao Poder Judiciário nos próximos 15 dias.
INVESTIGAÇÕES
Diante do registro deste boletim de ocorrência e o recebimento de diversas cartas anônimas denunciando outros estabelecimentos comerciais do ramo, a Polícia Civil investiga também a possibilidade de outras casas de rações, pet shops e clínicas veterinárias locais possuírem profissionais não registrados que exercem falsamente a profissão de médicos veterinários. “Agora estamos estendendo essa investigação a outros locais para saber se isso acontece em vários estabelecimentos ou se foi apenas um caso isolado”, conta.
O objetivo desta nova investigação, de acordo com Rosseto, é levar a população de Três Lagoas a informação de quais estabelecimentos possuem profissionais devidamente registrados e evitar que casos como este se repitam no município. Além disso, o delegado salienta a importância da população denunciar os locais onde há este tipo de irregularidades.