Oito policiais da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) e da Polícia Científica deixaram há pouco a sede da Prefeitura Municipal de Campo Grande com alguns materiais apreendidos, após cumprirem mandado judicial de busca e apreensão. As investigações fazem parte do inquérito aberto no início de julho na DEAM para apurar suspeitas de crimes sexuais que teriam sido cometidos pelo ex-prefeito, Marquinhos Trad, quando ainda era chefe do executivo da Capital.
A delegada responsável pelo caso, Maíra Pacheco Machado, afirmou que foram apreendidos documentos e materiais que serão analisados pelos peritos porque podem conter provas importantes à investigação. A Perícia Científica também foi acionada para realizar o reconhecimento dos locais onde teriam acontecido alguns dos casos de assédio e abuso sexuais. “Viemos fazer o reconhecimento dos locais mencionados pelas vítimas e, também, apreendemos computadores do gabinete que podem nos auxiliar na investigação. Em razão do segredo de justiça que foi decretado nos autos, não posso dar mais detalhes”.
As polícias chegaram na sede da Prefeitura às 6h desta terça-feira (9), e foram acompanhadas pelo Procurador do Município, Dr. Marcelino Santos. De acordo com informações repassadas pelo Coordenador de Segurança Especial da Prefeitura, Mário Ângelo Ajala, os policiais estiveram no primeiro andar onde fica o setor de finanças e no segundo andar onde fica o gabinete que era ocupado por Marquinhos.
Ainda segundo Mário, a Prefeitura já estava sabendo que haveria o cumprimento de mandados, mas a ação da polícia era esperada para a próxima sexta-feira quando alguns servidores seriam dispensados. “Fomos pegos de surpresa com eles aqui hoje”, disse.
Nesta manhã, os funcionários que trabalham nos setores investigados não puderam entrar nas repartições enquanto a polícia não concluísse a perícia e aguardaram do lado de fora do prédio. Eles só puderam entrar por volta das 9h30. A delegada, Maíra Pacheco Machado, acompanhada de uma escrivã de polícia seguiram para novas diligências. Os locais não foram informados. Até agora, 15 mulheres já prestaram depoimento no inquérito.
Caso
O ex-prefeito e candidato a governador do Estado, Marquinhos Trad, está sendo investigado pelos crimes de assédio, estupro da forma tentada, estupro consumado e favorecimento à prostituição.
A assessoria de Marquinhos chegou a convocar uma coletiva de imprensa no último dia 27 de julho, mas o político não compareceu. As advogadas de defesa dele, Andréa Flores e Rejane Alves de Arruda, declararam que as denúncias de crimes sexuais envolvendo Marquinhos são falsas e atribuídas à questões políticas, além de desqualificarem os depoimentos das possíveis vítimas. Hoje, uma das advogadas, Andréa Flores disse que a ação policial era para gerar efeito midiático.
A delegada responsável, Maíra Pacheco Machado, afirmou também em coletiva no mesmo dia, que todas as denúncias são verdadeiras.