A Delegacia de Investigações Gerais (DIG), em trabalho conjunto com a 1ª Delegacia de Polícia, solucionou, nesta semana, aqueles considerados como dois dos crimes mais brutais registrados na Cidade. A conclusão das investigações foi apresentada em coletiva à imprensa realizada na manhã de ontem, e apontou Oriosvaldo Samuel dos Santos, 24 anos, conhecido como “Bananinha” e Maxwell da Silva Corrêa, 20 anos, como os principais suspeitos das mortes de Nilson Pereira da Luz, 39 anos, no dia 17 de dezembro de 2008, e Uiramar Nobre Ferreira, 35 anos, proprietário da PaxVida, em 9 de fevereiro de 2010, ambos vítimas de latrocínio (roubo seguido de morte).
Segundo o delegado Ailton Pereira de Freitas, coordenador da DIG, Santos foi preso na madrugada de terça-feira (30), em uma propriedade rural situada a 40 km de Água Clara. Enquanto que Corrêa, estava recolhido na carceragem da 1ª DP há cerca de 15 dias, por quebra da liberdade condicional – o acusado foi preso no dia 24 de dezembro de 2008, acusado de tentativa de roubo e já havia recebido liberdade condicional quando teria assassinado o empresário.
A peça chave das investigações foi o aparelho celular do proprietário da funerária. Há algum tempo, a DIG vinha investigando os dois suspeitos. No entanto, a suspeita tornou-se mais forte quando o celular da vítima fora reconhecido com um terceiro envolvido. A polícia estima que o aparelho tenha passado pelas mãos de quatro pessoas, boa parte delas receptadores, antes de ser recuperado pelos policiais.
O delegado explicou que foram meses de investigação para tentar localizar o paradeiro dos dois suspeitos. “Os policiais percorreram os locais frequentados por estes acusados, passaram madrugadas monitorando. Mas, as coisas começaram a melhorar há 60 dias, quando novas pistas foram surgindo”.
O delegado Juvenal Laurentino Martins, responsável pelo caso, completa: “Quando se pega um caso como este [do empresário] o leque de possibilidades é muito grande. Com o tempo, por meio de provas testemunhais, periciais, pistas e denúncias, conseguimos ir afunilando até chegar aqui. Foram várias linhas e vários suspeitos descartados no caminho”, destacou.
CONFISSÕES
Os dois delegados foram enfáticos ao dizer que não há dúvidas de que os dois são os autores dos crimes. Para Ailton, a certeza ganha forças baseada na riqueza de detalhes das confissões dos dois. Porém, cada um teria confirmado a participação em um único crime. Segundo o coordenador da DIG, à polícia, Santos teria confessado o assassinado Nilson da Luz e aponta Corrêa como comparsa. Já este confessa o homicídio do empresário da PaxVida e teria apontado a participação de Santos, mas nega o primeiro crime. Um dos suspeitos também citou o nome de um terceiro envolvido, ainda não identificado pela polícia, que teria agido na morte de Nilson.
“Os depoimentos foram repletos de detalhes, como hora, forma de agir. No caso do empresário, leva-se a crer que o crime fora premeditado, já que o empresário foi rendido na área central e, antes de chegar ao local onde ele fora assassinado, eles pararam em um posto de combustíveis para comprar gasolina. Ou seja, estavam dispostos a atear fogo no carro”.
Uiramar foi encontrado em uma estrada vicinal à BR-158 (que liga Três Lagoas a Selvíria) depois de passar mais de 12 horas, ferido na mata e sem socorro médico algum. Ele chegou a ser internado, mas morreu cinco dias depois, na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. O carro dele foi incendiado na ação, o que, para o delegado Juvenal, foi uma tentativa de esconder provas da polícia.
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