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Três Lagoas

População abre as portas para os agentes de combate à dengue

A rotina dos trabalhadores que atuam no combate a dengue em Três Lagoas

Agente de endemias faz inspeção de depósitos durante visita à residência -
Agente de endemias faz inspeção de depósitos durante visita à residência -

Para a maioria dos três-lagoenses, a preocupação com a Dengue só começa quando o verão se aproxima, mas para os agentes de endemias da Secretaria de Saúde, a preocupação é constante. Eles passam os 12 meses do ano lutando contra o Aedes Aegypti, mosquito transmissor da doença.  Em Três Lagoas, são mais de 50 profissionais que atuam em micro-áreas estabelecidas pelo Setor de Endemias do município. A rotina desses trabalhadores começa cedo e dura o dia inteiro.

Para que o trabalho dos agentes tenha bons resultados, depende muito da cooperação da população. “Os cidadãos precisam abrir as portas para que nossos agentes realizem um bom trabalho”, destaca o coordenador do Setor de Endemias, da Secretaria de Saúde, Wilson Roberto Pereira Mendes. Ele argumenta que além das visitas, os agentes realizam levantamento de índices, bloqueios de área quando alguma pessoa apresenta sintomas da doenças, dentre outras ações.

Acompanhando do supervisor geral, Valdecir Antonio Marangon e do supervisor de área Joildes César Pedroso, a reportagem do Jornal do Povo, acompanhou a rotina do agente de endemias, Ronaldo Nogueira França que atua na região do Jardim Alvorada. Na mochila pesada, ele carrega redes para pescar larvas, potes com remédio, colheres de medida, luvas de borracha, prancheta para anotações e outros apetrechos necessários para o trabalho.

Ao chegar numa residência à Rua Luiz Correia da Silveira, Jardim Guaporé, o agente bate palmas e logo que é atendido pela moradora Vera Lúcia dos Santos. Ele se apresenta, explica que precisa entrar para procurar focos do mosquito da dengue. A dona da casa abre as portas da moradia e acompanha a inspeção detalhada do agente.

Ronaldo verifica todos os depósitos de fácil e de difícil acesso, como latas, cascas de ovos, ralos, potes, vasos de plantas, tambores, sacolas plásticas e poças d´agua. Quando encontra suspeita de focos aplica um produto granulado no final deixa uma mensagem de orientação sobre os cuidados e pede ajuda a moradora para evitar a proliferação do mosquito. Segundo Ronaldo, é possível visitar entre 18 e 25 residências por dia. “Nós voltamos nas residências a cada 35 dias para repetir a operação”, explica o agente. Todo o trabalho é avaliado por supervisores de áreas. O agente disse que nunca enfrentou dificuldades para entrar numa residência. “A maioria me conhece por qui e isso facilita meu trabalho, mas outros colegas já reclamaram da resistência de alguns moradores”, frisa. Para a moradora Vera Lúcia dos Santos, a visita do agente de endemias é muito importante, pois eles realizam um trabalho necessário para o combate ao mosquito. “Muitas vezes as pessoas se descuidam um pouco dessa questão, mas eles estão sempre atentos”, disse Vera, lembrando que já enfrentou a doença de perto. Segundo Vera, sua mãe sofreu com a dengue por duas vezes e na última vez seu quadro se agravou bastante. Recém chegada no bairro, foi a primeira visita que ela recebeu do agente de combate a dengue e disse que se sentiu mais segura. “É preciso que todos abram suas portas para que os agentes possam realizar a inspeção”, frisou Vera Lúcia.