Produtores rurais e empresas de sementes de pastagens de Mato Grosso do Sul estão apreensivos com o avanço do percevejo castanho (Scaptocoris castanea) em propriedades da região Norte. Sem controle, a praga causa perdas em 100% de pastagens contaminadas. O inseto se alimenta da seiva nas raízes de praticamente de todas as culturas. Pastagens do gênero baracharia são as mais afetadas.
O pecuarista Fábio Giron, da fazenda Araçatuba do Piquiri, de Pedro Gomes (350 km da capital), disse que há mais de 10 anos sofre com o ataque da praga em pastagens e que, hoje, mais de 200 hectares estão infestados. “Tive uma perda muito severa de marandu, piatã, MG4 e também de panicum”, revelou.
Não há controle capaz de frear o avanço do inseto, segundo a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Fabrícia Zimermann Torres. “O produtor terá que conviver com a praga e nutrir a planta com adubação pode minimizar as perdas. Não existe controle químico ou biológico para combater”, ressalta a pesquisadora.
Empresas de pastagens também estão apreensivas com o problema. Osmair Nogueira, engenheiro agrônomo e gerente comercial de uma empresa que produz sementes, disse que a situação é preocupante. “Fizemos visitas a clientes e verificamos áreas com 30, 40 até 70% de danos, sendo necessário reforma de pasto, que também não soluciona o problema”, disse.
O pecuarista Fábio Giron buscou ajuda da Embrapa, e disse acreditar que a entidade esteja sem recursos para investir em pesquisas. “Pesquisadores disseram que é falta de fertilidade ou adubação, mas não é. Fiz reformas de pasto, adubação de correção, e nada resolveu!”, afirmou.