Depois de quase dois anos vivendo sob o surto da especulação e o aumento desenfreado dos alugueis, os três-lagoenses que ainda não possuem casa própria voltarão a respirar aliviados. Por toda a Cidade, o que antes era raro, agora começa a se tornar comum: o ressurgimento de placas de “aluga” em frente às residências. A previsão de Antônio Alves de Souza, presidente da Associação das Empresas Imobiliárias, é de que, em 2009, os preços dos alugueis reduzam em 20% a até 30% em relação aos “valores irreais” cobrados antes. “As placas de locação começaram a aparecer e o proprietário não terá outra alternativa, a não ser reduzir os preços”.
Mesmo assim, ele defende que em 2009, o mercado seguirá aquecido, mas não atingirá mais índices espantosos como nos últimos anos. “Três Lagoas entrou em pânico em relação a imóveis. Foi uma disputa desigual entre os moradores da Cidade e os trabalhadores de fora, em que o cidadão local saiu prejudicado. Embora o Município esteja em fase de crescimento acelerado, o salário do morador não acompanhou, não teve mudança e ele teve de sair de suas casas, ir morar com parentes, por conta desta especulação gerada. Mas desde aquela época, o setor imobiliário anunciava que seria passageiro e já está passando. Agora a situação deverá ser regularizada”, comentou.
O empresário explica que o aquecimento no mercado continuará por conta das novas obras a serem iniciadas na Cidade (Siderúrgica, ponte do rio Paraná e retirada dos trilhos), mas garante: “A época de se cobrar o que o proprietário achava que valia acabou”.
De acordo com ele, para se alugar uma casa, boa parte das imobiliárias segue a seguinte base de cálculo: o aluguel deve valer de 0,5 a 1% do valor total do imóvel. Exemplo: se a casa for avaliada em R% 150 mil, ela deverá ser locada por R$ 1,5 mil, aproximadamente. Mas não foi isso o que aconteceu com Três Lagoas nos anos anteriores. “Alguns proprietários aumentaram os preços dos alugueis de suas residências em mais de 100, 200%. Víamos casas que valiam R$ 250, serem locadas por R$ 700 ao mês. Não ia critério, pura especulação”, observou.
Souza acredita que atualmente 50% das casas ocupadas pelos trabalhadores das construções das empresas de celulose e papel já estejam desocupadas.
PREPARO
Um dos principais problemas para o “susto” dos três-lagoenses em relação aos alugueis, conforme Souza, foi a falta de preparo para o que estava por vir. “Foi anunciado que aqueceria, e muito, o mercado. Mas não houve preparo antecipado. Depois que todos viram acontecer que passaram a investir no ramo”, disse. Para 2009, o presidente da Associação aposta que ainda é rentável investir no setor imobiliário. Ele acredita que, neste ano, o setor imobiliário terá um aumento de 30% em novas moradias (entre loteamentos, condomínios e financiamentos). “Hoje, há muita gente construindo. O mercado da construção civil irá abastecer o de locação em cerca de 30%. Hoje ainda há facilidades como empréstimos, financiamentos em bancos. A população deve aproveitar”, aconselhou.