Caso confirmados os recordes nas produções da América do Norte e do Sul a soja terá menor valorização no próximo ano e diminuirá a rentabilidade do produtor rural brasileiro. A análise é do consultor de mercado Flávio França Júnior, que debateu as perspectivas e desafios da comercialização da soja junto com especialistas e o presidente da Associação dos Produtores de Soja de MS (Aprosoja/MS), Almir Dalpasquale, durante o Fórum Soja Brasil, em Dourados nesta quinta-feira (21).
Três Lagoas
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De acordo com França Júnior os custos de produção aumentaram, fator que justifica a provável queda na valorização da oleaginosa. “Os produtos utilizados para produzir tiveram aumento de preços. Mas o produtor brasileiro deve estar atento à incógnita da produtividade que o clima pode causar, e torcer para queda na safra norte-americana, ou então, conquistar novos mercados para manter os preços estáveis”, afirma o consultor.
Em discordância com França Júnior, o consultor Liones Severo pontuou que o Brasil tem escassez de soja e que pode ter um futuro otimista. “O Brasil precisa exportar 50 milhões de toneladas de soja por ano e em 2013 foram vendidos 43 milhões e já falta soja no mercado interno. A demanda é maior que a oferta e podemos nos surpreender positivamente com a oscilação dos preços”, destaca Severo.
Quanto o aumento no custo de produção, o presidente da Aprosoja/MS, Almir Dalpasquale, remete a causa ao surgimento de pragas e desafios com logística. “Com o surgimento da helicoverpa, por exemplo, a preocupação do produtor aumenta e faz com que ele adquira mais inseticidas do que necessário. Além destes custos continuamos a lidar com os portos ineficientes e a soma destas contas quem arca é o produtor”, enfatiza Dalpasquale.
Para o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Marisvaldo Zeuli, que representou a Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), durante o Fórum Soja Brasil, os portos poderiam alavancar e garantir a alta da soja. “Os investimentos nos portos brasileiros são mínimos, aumentos significativamente a produtividade em Mato Grosso do Sul e os portos por onde passam nossos grãos continuam os mesmo há anos. Esta situação limita as estratégias de comercialização dos agricultores”, destaca Zeuli.
O Fórum Soja Brasil reuniu consultores, pesquisadores e líderes do agronegócio para debater mercado, escoamento da produção e defesa vegetal. Em Dourados cerca de 300 pessoas compareceram ao fórum, uma das etapas do Projeto Soja Brasil que viajou por oito municípios de Mato Grosso do Sul avaliando as condições das lavouras, ataque de pragas, empenho e representatividade dos agricultores do Estado. Organizada pelo Canal Rural e Aprosoja Brasil, a expedição segue para o Sul do Brasil a partir desta sexta-feira (22).
Sobre o Sistema Famasul – O Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) é um conjunto de entidades que dão suporte para o desenvolvimento sustentável do agronegócio e representam os interesses dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul. É formado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar), Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/MS) e pelos sindicatos rurais do Estado.
O Sistema Famasul é uma das 27 entidades sindicais que integram a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Como representante do homem do campo, põe seu corpo técnico a serviço da competitividade da agropecuária, da segurança jurídica e da valorização do homem do campo. O produtor rural sustenta a cadeia do agronegócio, respondendo diretamente por 17% do PIB sul-mato-grossense. (Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul)