A Prefeitura de Três Lagoas aumentou de 5% para 6% o percentual do reajuste oferecido para os servidores do município. Entretanto, para conseguir garantir esse percentual, a prefeita Márcia Moura já antecipou que terá que demitir mais de 200 funcionários. Em fevereiro deste ano, a administração municipal já demitiu 250 servidores em decorrência do concurso público e também devido à necessidade do enxugamento da máquina pública.
Segundo a prefeitura, as demissões serão necessárias para atender a classe, em especial, aos enfermeiros que trabalham na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) que estavam em greve desde a última sexta-feira. Mas, mediante as novas propostas, os profissionais decidiram suspender a paralisação na tarde de ontem.
Durante reunião realizada na tarde de ontem, em seu gabinete, a prefeitura explicou para os representantes do Sindicato dos Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem Serviços Públicos (Setasp) de Três Lagoas, que o cenário de crise econômica nacional afetou diretamente o município, com a queda de repasses federais e estaduais. Por esse motivo, não seria possível atender a categoria com um reajuste maior. “Sabemos da preocupação e luta de vocês, sou parceira, mas mediante do que podemos é isso. O que está ao nosso alcance já fazemos, como os benefícios da aposentadoria privada e pagamos o salário em dia”, disse a prefeita.
O Setasp pede um reajuste de 18% para a categoria, que irá decidir na tarde desta quinta-feira se aceitará ou não o percentual de 6% proposto pela administração municipal. A prefeitura, segundo a assessoria do sindicato, disse que estudaria ainda outros benefícios para a categoria, como uma carga horária de 30 horas semanais.
Ainda segundo a prefeita, a administração municipal está arcando financeiramente com as despesas da UPA, que é de aproximadamente R$ 800 mil. Desse montante, R$ 275 mil é de contrapartida do governo Federal e R$ 100 mil do Estado. Além disso, comentou que o município repassa verba para o hospital e atende liminares da Justiça de casos de solicitações de medicamentos, cirurgias e outras demandas que deveriam ser atendidas pelos governos do Estado e Federal. “Temos que lembrar a importância do equilíbrio financeiro, pois se eu der o reajuste que vocês esperam, infelizmente não conseguiremos arcar com as despesas”, disse.
REJEITARAM
Na noite de ontem, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais também realizou uma assembleia para discutir o reajuste salarial de 6% proposto pela prefeitura. A categoria votou pela proposta inicial pleiteada pelo sindicato, que é de 15%. Segundo o presidente do sindicato, José Antônio Vieira, nesta quinta-feira, ele vai oficializar a prefeitura sobre a decisão.