No final deste mês, irá ao espaço o primeiro satélite de observação e monitoramento da Terra inteiramente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil. O satélite Amazônia 1 foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB).
O lançamento ocorrerá à 1h54 do dia 28 de fevereiro (horário de Brasília) na missão PSLV-C51 da agência espacial indiana Indian Space Research Organisation (ISRO). O satélite faz parte da chamada Missão Amazônia, criada para fornecer dados de sensoriamento para observar e monitorar o desmatamento.
As etapas de montagem, integração e testes do Amazônia 1, que também irá monitorar a agricultura em todo o país, foram realizadas no Laboratório de Integração e Testes do INPE, em São José dos Campos (SP). Depois disso, os módulos do satélite foram separados, acondicionados em contêineres e transportados para a base de Sriharikota, onde ocorrerá o lançamento.
Falta de apoio
Embora o lançamento do satélite seja um marco para a indústria espacial brasileira, a proposta inicial era de que o Amazônia 1 pudesse ter sido lançado em 2010, mas a falta de financiamento em projetos ligados ao setor pelos governos que se sucederam desde a época do projeto inicial acabou gerando diversos adiamentos.
Ainda assim, e mesmo subindo ao espaço já tecnologicamente defasado, o Amazônia 1 representa a vitória do esforço de uma pequena equipe que trava uma luta às vezes inglória para fazer ciência espacial sem nenhum tipo de suporte. Enquanto os criadores do satélite brasileiro suplicavam recursos, países como a própria Índia e a China já foram à Lua e Marte.
O Amazônia 1 é um satélite de órbita polar que irá gerar imagens da Terra a cada quatro dias. Para isso, levará ao espaço uma câmera de campo amplo, capaz de observar uma faixa de 720 km com 40 metros de resolução. Sua vida útil é de quatro anos. A missão prevê ainda o lançamento do Amazônia 1b e do Amazônia 2.