Mato Grosso do Sul é um dos estados que tem maior estabilidade produtiva, muito em função do clima. Nas últimas seis safras de soja notamos aumento na produtividade de 25%, o que dá cerca de 12 sacos por hectare, crescente que deve se estabilizar na safra 2018/19. A afirmação é do agrônomo e palestrante do Circuito Aprosoja/MS, etapa Rio Brilhante, Luiz Tadeu Jordão. Em sua palestra, neste sábado (25), no Sindicato Rural de Rio Brilhante, esclareceu a expectativa de produtividade do agricultor sul-mato-grossense.
“A tendência é que tenhamos não produtividades cada vez mais altas, mas uma produtividade mais estável ao longo do tempo, diminuindo nossa dependência por clima, que é um grande desafio. Em um projeto realizado em parceria com a Bayer, que monitora vários elementos em áreas de 14 estados, avaliando inclusive a produtividade, os dados apontam que no próximo ciclo, algumas áreas devem se manter na casa das 82 sacas por hectare. MS pode inclusive superar esta média, já que apresenta bastante potencialidade no aumento da produtividade, dizemos que é um Estado responsivo ao manejo para altas produtividades”, destaca Jordão.
Os números positivos na previsão para a safra 2018/19, segundo o palestrante, estão atrelados à pesquisa e desenvolvimento no Estado. “Destaco o trabalho da Embrapa Agropecuária Oeste, Fundação MS e Chapadão, e também a bela transferência de tecnologia, provocados por eventos, como os Circuitos Aprosoja/MS, por exemplo”.
Para começar uma safra com o pé direito o produtor precisa de: “uma gessagem e calagem superficial, optando por uma boa qualidade de semente, com tratamento químico, com fungicida e inseticida adequados, fazendo a inoculação da semente e, sobretudo, a plantabilidade, plantar com capricho, entre 4 e 5 quilômetros por hora de velocidade média, uma data de semeadura adequada. Todos esses fatores não são novidades para o produtor, mas compõem o manejo de feijão com arroz, que costumamos estimular dentro das fazendas”, sinaliza Jordão.
Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), Juliano Schmaedecke, entre as vantagens para a próxima safra está nível de conhecimento e expectativa do produtor. “Está mais atento dentro de sua propriedade em relação a vários itens, com o objetivo no aumento da produtividade. Ele já não espera mais que venha alguém vendendo uma receita de bolo, que o faça sair do 55 para 65 sacas por hectare”, aponta o presidente. “Existe uma soma de fatores para isso, começando por uma boa genética, que deve conter qualidade, vigor de germinação, semente colocada no momento certo, com a melhor umidade, plantabilidade, bom uso dos fungicidas, controle das pragas e insetos, com uso do MIP – Manejo Integrado de Pragas, melhor uso dos defensivos, sempre olhar para as raízes para saber como anda o perfil do solo e, boa gestão na sua venda. Somado esses elementos fará com que o produtor tenha bom rendimento econômico e produtividade”, finaliza.
Durante o Circuito Aprosoja/MS, Schmaedecke também chamou a atenção da classe produtora para as eleições deste ano. “Precisamos pensar também na safra que acontece da porteira para fora. Existem diversas alternativas de votos, mas precisamos nos atentar a quem de fato representa e trabalha pelo agronegócio, mantendo quem apresenta um bom trabalho e renovando os parlamentares necessários”.