Um encontro de organizações governamentais e não governamentais no Fórum Regional de Mobilização Fogo e Desenvolvimento Sustentável no Pantanal permitiu a identificação de oportunidades e a construção de trabalho para promover o setor produtivo no bioma, seguindo conceitos de conservação e prevenir incêndios florestais. O evento, realizado na sede do Sebrae/MS em Campo Grande, aconteceu nesta terça-feira (16) e foi organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio do Sebrae e em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul.
O debate serviu para identificar um perfil de projeto que o BID receberá para auxiliar na construção de propostas para o Pantanal. Dentro dessa rota do desenvolvimento para o bioma, dois eixos foram definidos: o fortalecimento de capacidades institucionais com consolidação de governança do bioma, comando e controle; e a transição ecológica na produção sustentável e a conservação da biodiversidade, com conscientização, compensação ambiental e economia verde.
O Mapa também está envolvido nesse papel de promover o trabalho com ações a partir do contexto de política pública balizada pelo plano ABC+, que visa a redução de emissão de carbono pelo setor agropecuário até 2030, com meta a cumprir de corte de 1,1 bilhão de toneladas de CO2.
Dentro desse fórum, ainda houve balanço de projeto encomendado pelo BID, com execução do Sebrae/MS e parceria do Mapa e do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso Sul. No período de pouco mais de um ano houve a contribuição para formar 141 novos brigadistas no Pantanal e capacitar 487 pessoas sobre boas práticas para prevenção e combate a incêndios a partir de oficinas e palestras, dentro do contexto do Plano Estadual de Manejo Integrado do Fogo (Pemif), instituído pelo Decreto Estadual nº 15.654, de 15 de abril de 2021, e da Norma Técnica 45, do Corpo de Bombeiros de MS. Ainda foi possível realizar levantamento individualizado das 11 sub-regiões do Pantanal para identificar condições e necessidades para se consolidar o desenvolvimento sustentável.
Soraya Carvalho Barrios de Araújo, coordenadora geral de Mudanças Climáticas do Mapa, participou de mesa redonda no fórum e avaliou que os resultados obtidos com o projeto vão permitir o desenvolvimento de estratégias locais por parte do ministério. “O projeto congregou e articulou com uma gama muito boa de instituições e parceiros, todos com o mesmo propósito de desenvolvimento sustentável do Pantanal. O Plano ABC em sua segunda fase está com um olhar muito junto com os seus grupos de gestores estaduais. A partir dos planos estaduais vamos poder chegar mais perto dos estados para construção de metas e estratégias futuras”, explicou.
Morgan Doyle, representante do BID no Brasil, ressaltou no evento que a construção conjunta de medidas aplicadas no projeto Estratégia Sistêmica para Mitigação, Prevenção e Combate a Incêndios e Queimadas nas Áreas Rurais do Pantanal Brasileiro garantiu a prova de que o desenvolvimento rural e a conservação estão caminhando juntos. “Como fica claro com essa ação, é, sim, possível conciliar desenvolvimento rural e proteção ambiental. É um entendimento possível e rentável. Uma produção alinhada aos critérios mais elevados de proteção ambiental é uma produção que terá preferência no acesso aos mercados globais”, destacou.
Tito Estanqueiro, diretor executivo em exercício do Sebrae/MS, ressaltou que o fórum serviu como balanço das ações que ocorreram dentro do projeto Estratégia Sistêmica para Mitigação, Prevenção e Combate a Incêndios e Queimadas nas Áreas Rurais do Pantanal Brasileiro que encerra em agosto deste ano. “O pantaneiro está no bioma há séculos e mantém a sua conservação. O Pantanal é um destino único, estamos em uma oportunidade para investimento, o bioma é um ativo para a humanidade”, defendeu.