Por Ana Cristina Santos
Líder mundial na produção de celulose, a Fibria caminha a passos largos para consolidar o projeto de expansão da fábrica de Três Lagoas. A empresa continua se beneficiando da depreciação do real e do suporte dos preços de celulose de fibra curta.
O investimento inicial para a construção da nova unidade de celulose no município, que era de US$ 2,5 bilhões, o equivalente a R$ 7,7 bilhões, apresentou uma redução do investimento de capital para o equivalente a US$ 2,2 bilhões, o que corresponde a R$ 8,7 bilhões. Esse é o montante total revisado a ser investido no projeto Horizonte 2, lançado oficialmente na sexta-feira da semana passada pelo diretor-presidente da empresa, Marcelo Castelli.
A Fibria informou que já estruturou todo o financiamento para o Projeto Horizonte 2, que ampliará a capacidade de produção de sua unidade de Três Lagoas. Segundo o diretor de Finanças e Relações com Investidores da Fibria, Guilherme Cavalcanti, a combinação de financiamento e capital próprio permitiu que a companhia chegasse a um custo médio de 2% ao ano, em dólar.
De acordo com a empresa, a solução financeira para o projeto irá melhorar a qualidade de crédito da companhia, reduzindo o juro médio de 3,3% para 2,8%, com vencimento com prazos mais longos.
Segundo a Fibria, cerca de 30% do volume total do financiamento – o equivalente a R$ 2,6 bilhões – virão da forte geração de caixa da empresa, que vem registrando recordes operacionais consistentes.
A empresa já emitiu ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) projeto solicitando o financiamento no valor de R$ 1,7 bilhão, o que representa cerca de 20% do total. A empresa busca ainda um financiamento de R$ 1 bilhão da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO). O enquadramento saiu em outubro e a expectativa é de conclusão da operação até o final de dezembro.
No mercado externo, a Fibria acessou duas linhas, sendo US$ 400 milhões em empréstimo sindicalizado, via pré-pagamento de exportação, com custo médio de taxa Libor mais 1,43% e prazo médio de 5 anos; e outros US$ 300 milhões com a agência de crédito de exportação Finnvera (Finlândia), que financia equipamentos deste país.
“Como possui grau de investimento pelas agências de classificação de risco, a Fibria conseguiu, ao estruturar o financiamento do projeto Horizonte 2, acessar as melhores oportunidades de mercado, com linhas aderentes ao perfil do fluxo de caixa da empresa, com contrapartidas das melhores instituições internacionais de crédito”, afirma o gerente geral de Tesouraria, Marcelo Habibe.
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