No segundo dia de manifestação em Três Lagoas, mais de mil pessoas foram para as ruas protestar contra a corrupção e várias outras questões existentes no município, assim como em todo o país. A manifestação de ontem, foi organizada pelos acadêmicos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Três Lagoas, e contou, não só com a participação dos universitários, mas também com a presença de estudantes de diversas escolas, assim como outras pessoas da comunidade.
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Os manifestantes percorreram as principais ruas e avenidas da cidade com faixas e cartazes pedindo o fim da corrupção no país, bem como em Três Lagoas. A manifestação começou com os participantes saindo da praça Senador Ramez Tebet, percorrendo a avenida Antônio Trajano dos Santos, onde sentaram no asfalto no cruzamento com a avenida Capitão Olyntho Mancini. Na sequência seguiram até a avenida Filinto Müller, onde fizeram mais uma parada, passando depois pela avenida Rosário Congro, até chegar novamente a praça Senador Ramez Tebet. O trânsito nessas vias foi parado e a população que acompanhava das calçadas aplaudiu a manifestação. A Polícia Militar acompanhou todo o trajeto do protesto que foi pacífico.
Na praça, eles sentaram-se no chão e um grupo ocupou o coreto para fazer um comunicado que dizia: “Galera, muita atenção! O nosso ato está sendo vitorioso, mas o movimento apenas começou! Nós fazemos parte de uma luta regional, nacional e mundial. Não podemos parar por aqui! Por isso é importante que todo mundo que está aqui, e todos que estão nos ouvindo, estejam às 9h, de sábado na Praça Central. Vamos seguir o movimento, porque a nossa luta é muito maior que isto, nós só vamos parar, quando a gente colocar Três Lagoas aqui para falar para eles, que não está certo o que fazem com o nosso dinheiro, com a nossa saúde e com a nossa educação. Amanhã vai ser maior !!!”, diz o comunicado.
Logo após, os manifestantes seguiram até a Feira Noturna que acontecia na avenida Rosário Congro, onde sentaram no chão e protestaram também, encerrando a manifestação no local. Hoje, eles combinaram de fazer um protesto em frente uma casa de eventos, localizada na avenida Ranulpho Marques Leal, onde acontecerá uma festa em comemoração ao aniversário de um vereador.
REIVINDICAÇÃO
Os manifestantes reivindicavam uma séria de questões. Mais investimentos na saúde e educação, mais casas populares, diminuição no preço do aluguel e no alto custo de vida de Três Lagoas, moradia estudantil, remédios nos postos de saúde, mais médicos, diminuição no valor das diárias, do salário, entre outros gastos dos vereadores, mais policiais e bombeiros, mais saneamento, asfalto, conclusão das obras do contorno ferroviário, entre outras questões.
Bruno Anderson Pinheiro, estudante do curso de Direito da UFMS, foi um dos que participou da manifestação de ontem. Ele disse que a intenção era chamar a atenção da imprensa e, consequentemente dos governantes para que atenda as reivindicações deles e mudem várias coisas que estão erradas. “Os estudantes representam a força intelectual desse país, não podíamos ficar parados. Acredito que, após a realização dessas manifestações muitas coisas possam mudar, não só em Três Lagoas, mas em todo o Brasil”, comentou.
MORADIA
O estudante do curso de Administração da UFMS, Leandro Domingues, estava com um cartaz solicitando a construção de uma moradia estudantil em Três Lagoas. Segundo ele, muitos estudantes estão encontrando dificuldades para se manterem na cidade, em razão do alto preço do aluguel cobrado em Três Lagoas. “Toda universidade tem que ter moradia estudantil”, frisou.
Ivani Soares Mota, de 40 anos, que exerce a profissão de pedreira, também, estava no manifesto com uma faixa protestando contra o preço do aluguel e do IPTU em Três Lagoas. “Estou aqui pedindo para que se diminua o valor do aluguel e do IPTU, porque está um absurdo em Três Lagoas. Eu trabalho como pedreira e agora que consegui comprar um terreno e já veio o imposto no valor de R$ 800, sendo que nem liberaram para a gente morar no local ainda. Por isso eu vim protestar, vi os universitários lá na praça, fiz a minha faixa e vim manifestar também”, declarou Ivani, que veio de Corumbá há dois anos.
Ainda durante a manifestação, os participantes criticaram a omissão da Câmara em relação a possível superfaturamento de marmitex adquiridos para funcionários da Prefeitura, assim como do novo prédio do Legislativo. Eles criticaram novamente a postura dos vereadores em terem encerrado a sessão ordinária de terça-feira devido à presença de manifestantes no plenário. Alguns protestaram também contra o projeto de lei aprovado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que tem como presidente o deputado federal Marco Feliciano, que visa a autorização para que psicólogos possam executar tratamentos que poderiam reverter a homossexualidade, conhecido popularmente como a "cura gay".
